Durante quatro dias, Cordisburgo recebeu no CAT - Centro de Atendimento ao Turista, - Rua Padre João, 407, no centro da cidade - seleto grupo de participantes, que se reuniram para tratar de novas formas de apresentação do sertão, para tradutores estrangeiros da obra roseana.
Todo esse estudo e empenho foi gerado para dar maior visibilidade para a obra do autor cordisburguense João Guimarães Rosa, como também, colocar o país, na perspectiva de exportador de uma poética à partir das traduções do sertão, produzidas num contexto mais cosmopolita e interativo.
Os participantes (representados por tradutores de nacionalidades diferentes), resolveram levar o mundo para o sertão (representado na cidade de Cordisburgo) e levar o sertão para o mundo.
Neste sentido, vieram buscar uma abertura epistemológica, que seria: a tradução do seu lugar de produção e idealização, como também, a inserção do tradutor estrangeiro na cartografia do sertão mineiro; o que, acabará por se estabelecer, como um espaço pedagógico de interação entre várias culturas.
Há também, a pretensão de se produzir um pensamento teórico sem a tradução da poética roseana "in loco" e ainda, pensar a tradução, a partir do diálogo entre potenciais difusores da literatura de João Guimarães Rosa.
Os participantes resolveram se curvar ao zelo do escritor mineiro e, entendendo a importância de se promover tradução de qualidade da obra do filho mais ilustre de Cordisburgo; escolheram por assim, realizar em sua terra natal, este evento para disponibilizar a tradutores convidados, toda a paisagem visual, tátil, gustativa e sonora da região.
Discutiram traduções em andamento e fomentaram o interesse de novas traduções de qualidade, incluindo no processo o viés dos estudos de oralidade local e do entorno real da principal obra de João Guimarães Rosa - O Grande Sertão: veredas, obra traduzida nas línguas francesa, italiana, inglesa e alemã.
A meta principal destes participantes que se reuniram em Cordisburgo, é a criação de uma residência de tradutores estrangeiros de Guimarães Rosa, no coração do Brasil: O Albergue do Audaz Navegante.
Por Adriano Bossi, com dados compilados da UFMG
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