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Economia Negócios

Itambé é vendida a grupo francês por valor estimado de R$ 1,4 bilhão

Tradicional empresa sai das mãos dos produtores rurais

06/12/2017 às 08h17
Por: Redação
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Fábrica da Itambé
Fábrica da Itambé

A francesa Lactalis comprou o laticínio mineiro Itambé, que pertencia à Cooperativa de Produtores de Leite de Minas Gerais (CCPR). Pela primeira vez desde sua fundação, em 1948, a Itambé não estará nas mãos dos produtores rurais. A companhia francesa passou na frente dos mexicanos da Lala, que também tentavam comprar a empresa. A Lala adquiriu recentemente a Vigor, que pertencia à J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, e tentou incluir a empresa mineira no pacote.

Desde de 2013, a J&F era sócia da Itambé com 50% de participação e dividia o controle com a CCPR. A cooperativa, no entanto, preferiu exercer seu direito de preferência e recomprar a fatia dos Batista do que fechar negócio com a Lala.

O valor da transação não foi divulgado, mas pessoas próximas ao processo dizem que a Lactalis pagou um ágio em relação ao R$ 1,4 bilhão oferecido pela Lala.

O negócio ainda está pendente de aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica ((Cade). Porém, nessa terça-feira (5), Patrick Sauvageot, CEO da Lactalis para América Latina, esteve na Itambé para se apresentar à equipe. A operação deve ser concluída no primeiro semestre de 2018.

Leite. O negócio também inclui um acordo de fornecimento de leite de longo prazo entre a CCPR e a Lactalis. Com a aquisição da Itambé, a Lactalis se firma como a maior compradora de leite do Brasil, ultrapassando a suíça Nestlé. No ano passado, a Nestlé captou 1,69 bilhão de litros, seguida pela Lactalis, com 1,62 bilhão, e pela CCPR/Itambé, com 1,1 bilhão, conforme ranking da Associação Leite Brasil.

Após a conclusão da venda, a CCPR, que já teve problemas com alto endividamento, ganhará uma expressiva disponibilidade de caixa. Mas os produtores podem perder poder de barganha na venda do leite.

Quando os Batista venderam a Vigor, a CCPR pediu apoio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para exercer o direito de preferência e evitar o negócio com a Lala.

A Codemig chegou a aprovar um aporte de R$ 587 milhões para a CCPR , mas o empréstimo nunca foi feito. A nova diretoria da CCPR preferiu fechar o negócio com a Lactalis.

BRF. A Lactalis chegou ao país depois de adquirir os ativos que pertenciam à BRF, quando a companhia decidiu deixar de atuar em lácteos. Além das fábricas, foram compradas marcas como Batavo e Elegê.

 

Da Redação com O Tempo

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