Foram 12 semanas de muito aprendizado e, o mais importante, na prática. Os alunos do Ensino Médio das escolas estaduais Edith Furst (Eldorado), Professor João Fernandino Júnior (Boa Vista) e Ruth Brandão de Azeredo (Cidade de Deus) viveram uma experiência que, com certeza, levarão para o resto da vida. Eles foram selecionados entre 17 escolas inscritas no programa Meu Primeiro Negócio, uma iniciativa do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, utilizando a metodologia da Júnior Achievement, uma ong internacional com foco em educação empreendedora. O ápice do programa é a formatura conjunta que as escolas realizam nesta terça-feira, 5 de dezembro, às 19h, no auditório da Escola Estadual Professor João Fernandino Júnior (Industrial).
Ao todo, aproximadamente 80 alunos dessas escolas criaram três empresas, inventaram e produziram seus próprios produtos e tiveram que vendê-los ao longo de 12 jornadas, aprendendo diversos conceitos relacionados a empreendedorismo, montando planilhas de custo, calculando o ponto de equilíbrio, percentual de lucro, elaborando estratégias de marketing, negociando matéria prima com fornecedores, pagando impostos, vendendo ações, entre outras atividades relacionadas ao cotidiano de uma empresa real, sempre supervisionados por voluntários e por um professor responsável.
A miniempresa do bairro Eldorado produziu almofadas personalizadas e vendeu mais de 200 unidades. Já a miniempresa do Colégio Industrial criou a carteira mágica, utilizando caixas de leite, vendendo 50 exemplares. Enquanto isso, a miniempresa do Cidade de Deus escolheu desenvolver um VR Cardboard (óculos de realidade virtual para celulares) usando papelão e MDF. Venderam 30 unidades. Para impulsionar as vendas, as turmas chegaram a participar da FINIT 2017, a maior feira de inovação da América Latina, no início de novembro, no Expominas, em Belo Horizonte, e também em algumas feiras da cidade como Feira da Família, no Shopping Sete Lagoas, e as feiras do Centro e do Boa Vista. Na oportunidade, os voluntários receberão certificados de participação da Júnior Achievement e os melhores vendedores e alunos-destaque receberão medalhas.
Depoimentos
Para a consultora contábil e voluntária Keli de Araújo, participar do programa foi uma experiência incrível. "A cada jornada pude perceber a evolução dos jovens participantes e o quanto eles estavam empenhados em fazer o melhor para que a nossa miniempresa fosse um sucesso. Hoje eles saem do programa com uma visão muito mais empreendedora e com vontade de fazer a diferença no mundo. Ter a oportunidade de contribuir com esse projeto foi realmente enriquecedor", comenta.
"O programa foi uma experiência para termos uma noção de como é dentro de uma empresa e o que acontece dentro dela. Ele me ajudou muito pelo fato de que pretendo abrir uma empresa futuramente, então, consegui aprender o que se passa para abrir, fechar e manter uma empresa e aprendi um pouco sobre cada setor que há nela", diz Vinícius Leal Batista, aluno do 3º ano e presidente da miniempresa do Colégio Industrial.
Quem também enalteceu a importância do programa foi a aluna do 3º ano da Escola Estadual Ruth Brandão de Azeredo, Jennifer Moreira Gonçalves. Segundo a estudante, foi uma experiência maravilhosa. "Aprendi que você comandar uma empresa não é tão simples assim, que é essencial o trabalho em equipe. Agora o programa está acabando, mas estou levando boas lembranças, mesmo nem tudo saindo como planejamos. Mas nós saímos como uma família composta por cada membro e voluntário da nossa miniempresa", reforça.
Professores
A professora Simone Lopes, da miniempresa do Colégio Edith Furst, diz ter percebido a importância de se trabalhar além dos conteúdos ensinados em sala de aula. "A galera jovem quer mostrar conhecimento além do que rotineiramente é ensinado. Inclusive sugiro ideias como essas serem disseminadas para as escolas. Gosto de encarar desafios e acredito nas práticas em sala de aula", comenta.
Já para o professor da miniempresa do Industrial, Francis Tomé, perceber a possibilidade de novas práticas pedagógicas, além de poder aprender junto, foi muito bom. "Saímos do método de educação onde os alunos são apenas passivos no processo de aprendizagem. Além do mais, saí da minha área de conforto, daquele ambiente de sala de aula, tive que estudar mais. Foi um crescimento pessoal para mim", acredita o professor. Para Washington Eloi Francisco, professor da miniempresa do bairro Cidade de Deus, o Meu Primeiro Negócio é a adrenalina que as escolas públicas precisavam. "Vivemos uma era negra para os jovens no mercado de trabalho e aprender a empreender é de fato a jornada mais libertadora de todas", aponta.
2ª edição
As inscrições para a 2ª edição do Meu Primeiro Negócio já estão abertas. A chamada vai selecionar até 650 escolas públicas de Minas Gerais para alunos do Ensino Médio. Cada miniempresa criada terá até 40 alunos trabalhando de forma cooperativa, desenvolvendo um negócio, criando e vendendo um produto, tendo a supervisão de voluntários e de um professor responsável, que terá remuneração extra pela Secretaria de Estado da Educação. As escolas estaduais interessadas devem consultar o edital e se cadastrar por meio de um formulário no site www.meuprimeironegocio.mg.gov.br. O prazo de inscrição termina em 11 de fevereiro de 2018.
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