Dia Mundial da Água tem palestras e apontamentos para preservação do recurso
23/03/2016 às 08h55
Por: Redação
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Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 22 março de 1992, o Dia Mundial da Água foi, mais uma vez, tema de amplo debate na Câmara Municipal. O tema da reunião Especial deste ano promovida pelos vereadores Dalton Andrade (PT) e Caramelo (PT) foi “a cidade e suas lagoas”. Pelo quarto ano consecutivo palestras com especialistas esclareceram e apontaram caminhos para o uso mais consciente do recurso. Sem fugir do tema proposto os convidados trouxeram informações sobre a concepção do terreno local e das lagoas da cidade. É consenso para todos que é preciso mais conscientização e políticas públicas permanentes para que as lagoas da cidade sejam recuperadas e mantidas. Um dos organizadores, o vereador Caramelo tratou o evento como “muito valioso”. Para o parlamentar, “é preciso que os projetos tenham continuidade porque a cada quatro anos os governos mudam e muita coisa começa do zero. Mas a data não pode passar sem ser discutida”, avalia. Dalton Andrade presidiu a sessão e fez um contexto histórico das lagoas oficiais da cidade desde que Afrânio Avelar decidiu nominá-las. O historiador esclareceu que o nome “Sete Lagoas foi dado por que o número sete era usado como organizador e que havia mais de sete lagoas na cidade”. Na opinião de Padre Décio (PP) é preciso preservar as nascentes. O vereador lamentou a falta de um plano nacional de saneamento básico e disse que a população precisa ser ouvida. “Se não há um plano nacional nem estadual, que dirá um municipal. Vou entrar com um projeto de lei para um plano com ampla participação popular”, antecipou. Representante do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), o gerente de água, Ralph Matos, informou que “o plano municipal de saneamento básico está em fase final de elaboração”. O servidor esclareceu também que o plano foi desenvolvido em nove etapas e que várias Audiências Públicas foram realizadas para ouvir a comunidade. Palestras O gerente ambiental da Ambev, Vinícius Barreto, foi o primeiro a palestrar e trouxe informações sobre o que a companhia tem feito para reduzir o consumo de água na produção da fábrica em Sete Lagoas. De acordo com Barreto, a planta reduziu de cinco para 3,7 litros de água para produzir um litro de cerveja. “Esse cálculo é feito a partir do momento que a água entra na fábrica, não somente para produzir. Hoje 75% da água é reutilizada no processo”, informou. Para a engenheira ambiental e mestre em ciências florestais, Daniela Melo, as lagoas da cidade são importantes, entre outros fatores, para o equilíbrio hídrico e o turismo local. A professora falou muito sobre a degradação da Lagoa Grande e reforçou que “é preciso conscientização e mobilização. Não adianta a gente sentar e esperar que alguém faça alguma coisa”. Melo defendeu um peixamento adequado e criticou a entrada de efluentes nas lagoas. O analista ambiental da Organização Não Governamental WWF, Vinícius Vieira, acredita que é “preciso uma discussão constante para se levar a algum direcionamento sobre o que a gente quer”. O analista apresentou um estudo sobre como as lagoas se formam e opinou que “deve ser feito um diagnóstico de cada lagoa e fazer um plano de manejo para cada lagoa. Uma não é igual a outra. São necessárias ainda políticas públicas constantes”, concluiu. Fechando o ciclo de palestras o Dr. em agronomia e professor da Universidade Federal São João Del Rey (UFSJ), Iram Borges, pontuou algumas “práticas para uso o responsável da água”. Borges entende que, entre outras ações, é preciso “não permitir o assoreamento, prevenir queimadas, manter cobertura vegetal por mais tempo, economizar o uso da água na agricultura e utilizar sistemas de irrigação eficientes para aumentar a eficiência e otimizar o uso da água”. Depois dos esclarecimentos várias contribuições de presentes aconteceram e um amplo debate se formou acerca do tema. Todos concordaram que é preciso mais ação política e que um grande trabalho de conscientização seja desenvolvido para que gerações futuras não sejam tolhidas de usufruir desse bem tão precioso e necessário. Da redação com Ascom Câmara
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