O horário de verão deste ano começa à 0h do próximo domingo (15) quando os relógios deverão ser adiantados em uma hora. A mudança é adotada em apenas dez Estados e no Distrito Federal e vigora até a meia-noite de 17 de fevereiro de 2018. Com o horário de verão aplicado ao horário de Brasília, o leste do Amazonas e os Estados de Roraima e Rondônia ficam com duas horas a menos; Acre e oeste do Amazonas ficam com três horas a menos.
Criado com a finalidade de economizar energia durante os meses mais quentes do ano, quando os dias também são mais longos, a medida foi adotada no Brasil pela primeira vez em 1931.
A medida deve permitir à Cemig uma redução de 350 megawatts (MW) de potência em sua demanda máxima de energia, o que equivale a 4%, informou ontem a companhia.
O montante, explica a empresa, é suficiente para abastecer a demanda de pico de um município de 800 mil habitantes. Para efeito de comparação, Uberlândia e Contagem, as duas maiores cidades mineiras depois de Belo Horizonte, têm pouco mais de 650 mil habitantes cada, segundo o IBGE.
Com relação ao consumo de energia, a redução esperada é de até 0,5%, que representa cerca de 110 mil megawatts-hora (MWh), suficiente para abastecer Belo Horizonte por nove dias.
Para os consumidores comerciais e residenciais, a Cemig estima que o consumo de energia pode reduzir até 5%, devido ao menor tempo de utilização da iluminação artificial.Em nota, a companhia mineira lembra que a redução no consumo de energia é um benefício secundário, porém desejável, em especial tendo em vista o cenário hidrológico desfavorável.
Vai, não vai
Neste ano, o governo federal chegou a cogitar não estabelecer o horário de verão, após estudos realizados pelo Ministério de Minas e Energia apontarem que a medida não se justifica, do ponto de vista do setor elétrico, tendo em vista que o atual horário de pico de consumo ocorre entre 14he 15h, quando o uso de ar-condicionado é mais intenso, e não mais entre 17h e 20h.
O governo chegou a cogitar consultar a população, mas decidiu manter a alternativa. Ainda assim, o engenheiro de planejamento energético da Cemig, Wilson Fernandes Lage, defende que a medida tem como objetivo aumentar a segurança da operação do sistema elétrico brasileiro e salienta que a alteração do horário não tem relação com o aumento do consumo de energia decorrente das altas temperaturas.
"Devido a esse aumento, o consumo na parte da tarde não é alterado com o horário de verão, mas a mudança colabora para que não haja a ocorrência de um segundo pico de consumo, já que as pessoas passam a aproveitar por mais tempo a luz natural do dia, evitando assim a ligação simultânea de chuveiros, por exemplo, e da iluminação artificial”, explica.“Nesse período, há uma redução da demanda máxima por energia durante o horário de pico de consumo, que ocorre entre 18h e 23h”, afirma, em nota.
De acordo com as avaliações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), nos últimos anos o horário de verão alcançou uma redução média de 4,5% na demanda no horário de pico e uma economia diária de 0,5%.
Estados
O horário de verão vale no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Da Redação com O Tempo
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