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Ato heroico de professora salva muitos estudantes

Mesmo ferida e em chamas, Heley Batista tirava os meninos da sala pela janela

06/10/2017 às 09h01
Por: Redação
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Imagem do Jornal O Tempo
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“Minha menina salvou tanto anjo, não é possível que os anjos não vêm salvar ela”. Durante todo o dia, dona Valda Terezinha de Abreu, 66, mãe da professora Heley de Abreu Silva Batista, 43, acreditava e rezava, reunindo todas as suas forças. “Estamos em corrente de oração e colocando tudo nas mãos de Deus. Deus é vivo, Ele não é morto não”. Mas a noite desta quinta (5) levou consigo as esperanças de recuperação da professora, que teve 100% do corpo queimado na tragédia da creche Gente Inocente, em Janaúba. 

Na tentativa de salvar suas crianças, Heley se feriu gravemente. Com o próprio corpo em chamas, a professora tentava abafar o fogo ao mesmo tempo em que tirava os alunos pela janela – o vigia havia fechado a porta. Na tarde desta quinta-feira (5), o Corpo de Bombeiros chegou a confirmar o óbito de Heley, mas recuou. Corajosa, ela lutou até o fim.
“Toda vida ela foi assim, uma mulher que não tem medo de nada. Ela enfrenta qualquer parada. É da natureza dela”, conta a mãe. “Ela foi uma heroína de ter salvado essas crianças. Ela estava queimada e insistia em tirar as crianças. Acho que ela salvou a maioria. É a força que Deus deu para ela, de ter essa coragem. Só Deus mesmo, sabe. Eu nem sei”.
Na véspera do acidente, dona Valda passou o dia com a filha. “Ela ficou a tarde comigo aqui, mas achei ela muito triste, não sei porque”. Heley tem três filhos, sendo o mais novo de apenas um ano. “Os filhos adolescentes estão em pânico”, diz a mãe.

Professora há quase duas décadas, Heley era apaixonada por crianças e muito querida na cidade. “Minha casa hoje (5) ficou lotada de visitas. Agora está nas mãos dos médicos e de Deus”, resumiu a mãe, com um pedido final: “Orem por ela”.
O terror na creche remete a uma tragédia pessoal da professora. Há 12 anos, um filho recém-nascido de Heley morreu afogado em uma piscina. À época grávida, a professora sofreu bastante e enfrentou a dor na sala de aula, ao lado de outras crianças.

Por Luiz Muzzi / O Tempo

 

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