Após lançar um pacote de privatizações que atingiu até áreas protegidas da Amazônia, o governo federal começou a mirar os Correios: segundo reportagem publicada pela agência de notícias Reuters nesta quarta-feira (30), a gestão de Michel Temer estuda abrir o capital da empresa, mas não privatizá-la, de acordo com uma fonte que acompanha a situação.
“Simultaneamente ao processo de saneamento da empresa, o governo estuda o futuro dos Correios”, afirmou a fonte, citando que o IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) seria uma dessas opções.
Nos últimos anos, a estatal tem apresentado prejuízos que levaram o atual presidente da empresa, Guilherme Campos, a cogitar a sua privatização. Em 2015, as perdas foram de R$ 2,1 bilhões de reais e, em 2016, a previsão é de um rombo de R$ 1,5 bilhão.
Desde o ano passado, os Correios têm reformulado a sua carteira de serviços, em parte para diminuir os custos – lançou um serviço voltado para e-commerce no qual parte da operação é terceirizada, além de extinguir o e-Sedex e passar a estimar o prazo de entreganos envios de PAC.
Segundo a fonte ouvida pela Reuters, porém, a atual gestão tem tomado medidas para que “nos próximos meses” os Correios voltem a equilibrar suas contas – em maio, a empresa anunciou um programa de demissão voluntária (PDV) para enxugar oito mil postos de trabalho. A adesão foi de seis mil funcionários.
Por isso, de acordo com reportagem, a empresa deverá reabrir em breve o PDV. Dessa vez, com a meta de obter o desligamento de 3 mil empregados. Hoje, os Correios contam com cerca de 108 mil funcionários.
Procurados, os Correios confirmaram, por meio sua assessoria de imprensa, que, para ainda este ano, estão estudando o lançamento de um novo programa, mas não há ainda definições sobre o assunto.
Sobre a possibilidade de abertura de capital, a empresa respondeu que “da parte dos Correios, não há nenhum estudo nesse sentido” e que os Correios buscam novas parcerias para expandir seus negócios.
“Além das franquias já estabelecidas, pretendemos oferecer ao mercado novas franquias, complementares às existentes, segmentando por área de atuação.”
Segundo a reportagem da Reuters apurou, no entanto, parte de Brasília queria que a empresa entrasse no pacote de privatizações anunciado por Temer – mas o governo decidiu dar mais tempo à estatal antes de cravar a sua concessão à iniciativa pública.
Fonte: Reuters
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