Segundo dados do Ministério da Saúde, divulgados hoje (20) pelo jornal Folha de S.Paulo, o número de notificações de estupros coletivos – registrado pelos hospitais que atendem as vítimas –mais do que dobrou desde 2011, passando de 1 570 para 3 526, em 2016.
Trata-se da primeira vez em que se capta o crescimento desse crime no Brasil. Isso porque, na polícia esse tipo de violência sexual, praticada por mais de um agressor, usualmente não era contabilizado em separado de outros casos de estupro. Desde 2011, entretanto, tornou-se obrigatória a notificação por parte de serviços de saúde, públicos ou privados, como hospitais. As informações passaram a ser agrupadas pelo ministério.
Os estados Acre, Tocantins e Distrito Federal lideram as taxas de estupro coletivo por cem mil habitantes, com 4,41, 4,31 e 4,23, respectivamente. Esse tipo de crime representa hoje 15% dos casos de estupro atendidos pelos hospitais.
Porém, acredita-se que os dados do Ministério da Saúde indicariam apenas uma parte dos crimes. A situação seria ainda pior. Normalmente, os ataques são subnotificados e, além disso, nem todas as vítimas procuram hospitais ou a polícia, devido a razões diversas, como vergonha de ter sido alvo. Além disso, consta que 30% das cidades ainda não forneceram informações sobre a situação em suas regiões.
Recentemente, um elemento que tem causado comoção é o fato de que aumentou a prática, por parte dos delinquentes, de divulgar imagens, como vídeos, de seus crimes bárbaros. Nos últimos três anos, mais de dez casos notificados no país se enquadraram nesse cenário. No exterior, tal ação deplorável também é comum por parte dos estupradores.
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