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Especialista explica morte de pirarucus na Lagoa Paulino

Baixa temperatura impacta a quantidade de oxigênio na água, matando espécies mais sensíveis, diz professor

24/07/2017 às 18h50 Atualizada em 25/07/2017 às 08h51
Por: Redação
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Professor explica as causas que causaram a morte de dois peixes pirarucu na Lagoa Paulino
Professor explica as causas que causaram a morte de dois peixes pirarucu na Lagoa Paulino

A morte de dois peixes da espécie pirarucu ocorreu em virtude da inversão térmica na Lagoa Paulino, fazendo com que o revolvimento de matéria orgânica presente no fundo da lagoa subisse e absorvesse mais oxigênio. Esta é a causa apontada pelo professor Alisson Gonçalves Meneses, zootecnista formado pela Universidade de Alfenas e mestre em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) para o acontecimento “atípico” registrado na Lagoa Paulino.

 Segundo Meneses, a lagoa apresenta muita matéria orgânica no fundo e, com a inversão térmica, absorve ainda mais a quantidade de oxigênio. O resultado é a morte de espécies de peixes “mais sensíveis” a este fenômeno que ocorre com baixas temperaturas, como ficou constatada em semanas anteriores em Sete Lagoas. Há duas semanas, por exemplo, os termômetros marcaram 8º C.  “O peixe deixa de comer, fica sensível ao ataque de fungos”, explica Meneses.

O pirarucu ė um peixe de respiração dupla não sendo recomendado sua criação em regiões com temperatura inferior a 24 graus. Quando o peixe não consegue respirar pelas brânquias ele aumenta a respiração aérea e com a presença de ar frio ocorre inflamação da vias respiratórias provocando recorrentemente a morte do peixe. Com a inversão térmica ocorre aumento da necessidade de respiração aérea.

Com outros peixes, as mortes em lagoas em  épocas de baixa temperatura não ocorre. Um desses exemplos é a tilápia, mais resistente. Para o professor – que também foi desenvolvimentista técnico-industrial da Epamig na represa de Três Marias na produção de peixes, especialmente de espécies nativas do Rio São Francisco, durante um ano em sua carreira – a pequena quantidade de peixes mortos, dois, poderia ser evitada com medidas simples. Uma, o funcionamento das fontes para injetar oxigênio na água. Outra, a colocação de aeradores com a mesma função. “Não são caras, têm o custo energético”, observa o professor.

Por quanto tempo as fontes e os aeradores deveriam funcionar? Depende, pondera Meneses. “Depende da carga presente de peixes na lagoa”, complementa. Ao mesmo tempo, o especialista alerta que agosto trará de volta as baixas temperaturas em Sete Lagoas. Novamente, é muito provável que haja uma nova inversão térmica que cause a morte de outros peixes da espécie pirarucu.

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