Uma importante página da história de Sete Lagoas e da infraestrutura rodoviária do país é revisitada, revelando detalhes sobre a origem e nomenclatura da BR-040. Contrariando o que muitos podem imaginar, a rodovia que hoje conecta importantes centros urbanos, incluindo Sete Lagoas a Belo Horizonte, só recebeu sua atual designação em 1973.
Naquele ano, um marco crucial para a mobilidade regional foi a conclusão do trecho rodoviário que, pela primeira vez, estabeleceu uma ligação direta entre a capital mineira e Sete Lagoas. Antes desse período, essa conexão simplesmente não existia, forçando trajetos alternativos e mais longos.
A história da BR-040 se entrelaça com a da antiga BR-3, a lendária rodovia Rio-Brasília. Anterior à construção da capital federal, a BR-3 era uma artéria vital que, progressivamente, ganhou novos segmentos até alcançar Brasília. Sua importância cultural foi imortalizada na música de Tony Tornado, um testemunho de seu papel na integração do território nacional.
Um fato pouco conhecido é que a atual MG-424, estrada de tráfego intenso na região, integrava o traçado original da BR-3. Moradores com mais de seis décadas de vivência na região atestam a longevidade dessa via, que manteve seu curso ao longo dos anos.
A chegada do asfalto ao Brasil, no final da década de 1950, também deixou sua marca na história viária local. A pavimentação pioneira entre Rio de Janeiro e Brasília trouxe consigo uma curiosidade toponímica em Sete Lagoas. Trechos como os da atual Rua Equador, Cedro Cachoeira e Rua Policena Mascarenhas eram conhecidos como a “Rua do Asfalto”, em alusão à modernidade que representava. Em Matozinhos, a BR-3, ainda sem a denominação 040, atravessava o próprio centro da cidade.
Essa retrospectiva histórica lança luz sobre a evolução das vias de acesso a Sete Lagoas, revelando que os caminhos percorridos outrora eram distintos dos trajetos contemporâneos. As estradas que hoje consideramos tradicionais, verdadeiros patrimônios para a população, encontram-se atualmente sob a gestão de empresas concessionárias, um novo capítulo na sua longa trajetória.
Este resgate histórico oferece uma perspectiva valiosa sobre a infraestrutura que moldou o desenvolvimento de Sete Lagoas e sua conexão com o restante do país.
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