Fazer um diagnóstico da situação e do desempenho produtivo das lavouras da região de Patos de Minas, em Minas Gerais, e avaliar as práticas de manejo das propriedades foram os objetivos do 1º Circuito Grãos de Minas, realizado pela Embrapa Milho e Sorgo em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Patos de Minas e o Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam), entre os dias 29 de maio e 2 de junho de 2017.
O 1º Circuito Grãos de Minas integrou as ações do projeto MP4, intitulado “Boas práticas agrícolas para o aumento da eficiência tecnológica de sistemas de produção de milho na região de Patos de Minas”, liderado pelo pesquisador Emerson Borghi. O Circuito foi concretizado a partir da colaboração da Associação Para Pesquisas Agrícolas (APPA), Predilecta Alimentos, Agrocerrado Produtos Agrícolas, Agrojapão, KWS Sementes, Terrena Agronegócios e Valoriza Agronegócios, empresas do setor de insumos e serviços de assistência técnica da região.
Uma das metas do evento foi identificar as principais tendências tecnológicas do agronegócio de grãos. Além disso, buscou entender as limitações e os desafios para ganhos de produtividade, rentabilidade e sustentabilidade em uma das regiões mais tradicionais na produção de grãos e sementes do Estado de Minas Gerais.
Para participação no Circuito, foram selecionadas as propriedades que apresentam áreas cultivadas com as culturas da soja e do milho, prioritariamente. A partir da seleção dos trajetos e das propriedades a serem visitadas, foram compostas quatro equipes, cada uma com quatro integrantes, sendo três técnicos da Embrapa e um estudante do curso de Engenharia Agronômica do Unipam.
Ao final do Circuito, foram visitadas 93 propriedades e percorridos cerca de 4.300 km na região. Foram coletadas informações técnicas com o preenchimento de 67 questionários, e 44 lavouras de milho foram avaliadas quanto a quesitos fitotécnicos, fitossanitários e de potencial produtivo.
“As informações coletadas serão processadas para a elaboração de diagnósticos mais detalhados, que posteriormente serão divulgados em evento específico, a ser realizado antes do início da safra 2017-2018, para os produtores da região e parceiros que participaram desta ação”, explica o pesquisador Álvaro Vilela Resende. Os resultados do Circuito serão registrados, também, em publicações técnicas.
Sistemas de produção - Muitas dessas áreas de sorgo granífero estão em boas condições vegetativas e sanitárias. “O clima também está favorecendo, e a expectativa de produção é bastante satisfatória. Foram informados potenciais de até 120 sacas/hectare em algumas das propriedades visitadas. Há perspectiva de que a preferência pelo sorgo se mantenha também na safrinha de 2018”, disseram.
Ações futuras - Segundo Álvaro Resende, as tendências preliminarmente observadas, durante a realização do 1º Circuito Grãos de Minas, permitem apontar possibilidades de ações da Embrapa, em conjunto com parceiros locais, no sentido de agregar melhorias e eficiência na produção de grãos nessa região. “Uma das ações a serem sugeridas é a implementação de tecnologias para a melhoria da qualidade do plantio direto, com a diversificação e intensificação de cultivos, via ILP, por exemplo. Assim, consegue-se incrementar a produção de forragem no período de outono-inverno e também de resíduos vegetais (palhada) para o sistema plantio direto, de maneira a promover a melhoria na qualidade de atributos químicos, físicos e biológicos no perfil do solo”, ressalta Resende.
“A inserção de braquiária em consórcio com milho ou sorgo, ou ainda em sobressemeadura na soja, seria opção passível de adoção imediata, considerando, como aspectos favoráveis, o perfil dos produtores e a oferta ambiental da região, que tem bons índices pluviométricos”, ponderam ainda os pesquisadores Emerson Borghi e Miguel Gontijo Neto.
Outro ponto relevante, observado pelos pesquisadores Ivênio Rubens de Oliveira e Simone Martins Mendes, foi a necessidade de promover ações de esclarecimentos aos produtores sobre o estado da arte e medidas de manejo, controle e convivência com o problema do enfezamento, provocado pela cigarrinha do milho. “Poderemos propor treinamentos para todos os segmentos do agronegócio, e compor uma estratégia para minimização dos prejuízos em escala regional”, informaram.
“Também são necessárias ações para esclarecimentos e atualização sobre medidas de controle do capim amargoso e de outras espécies de plantas daninhas, que têm se mostrado de difícil supressão nos sistemas de produção da região”, frisou o pesquisador Alexandre Silva.
Trabalho em equipe - Álvaro Resende ressalta que essa primeira edição do Circuito Grãos de Minas se concretizou pelo esforço conjunto de várias pessoas. “Além das equipes que rodaram durante a semana, muitas outras trabalharam antes e durante o evento. Essa edição é resultado do engajamento de colegas e de parceiros que se dispuseram a contribuir. Destacamos também o apoio dos parceiros de Patos de Minas que, desde as primeiras reuniões de planejamento, iniciadas em 2016, delinearam conosco essa ação”, disse.
“Além disso, os produtores nos acolheram com extrema receptividade e cortesia. Certamente são eles que nos movem e nos estimulam para realizar nosso trabalho”, acrescentou.
Inspiração em Mato Grosso - A cada produtor que recebeu uma das equipes do Circuito, foram entregues publicações contendo recomendações técnicas, geradas a partir do projeto conduzido pela Embrapa na região, e informações para auxiliá-los no manejo de pragas, doenças e na adubação da cultura do milho.
As ações em Minas Gerais seguiram o modelo do Circuito Tecnológico realizado no Mato Grosso, por meio de parceria entre a Embrapa Milho e Sorgo, a Embrapa Agrossilvipastoril, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
Participaram do Circuito Grãos de Minas os seguintes técnicos da Embrapa: Alexandre Ferreira da Silva, Alexandre Martins Abdão dos Passos, Álvaro Vilela de Resende, Dagma Dionísia da Silva, Emerson Borghi, Flávia Cristina dos Santos, Ivênio Rubens de Oliveira, João Batista Guimarães Sobrinho, Marco Aurélio Guerra Pimentel, Miguel Marques Gontijo Neto, Rubens Augusto de Miranda e Simone Martins Mendes. Pelo Unipam, participaram os alunos de graduação do curso de Engenharia Agronômica Gustavo Ferreira de Sousa, Maila Adriely Silva, Pedro Rocha Santos e Mateus Gonçalves de Borba.
Durante a semana de realização do Circuito, como forma de compartilhar as informações entre todos os parceiros no projeto, foi criado um grupo em aplicativo para celular, com o intuito de disponibilizar fotos e relatórios diários pelas equipes. Parte destas informações foi veiculada nas mídias sociais pelo Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa Milho e Sorgo.
Sandra Brito (MG 06230 JP)
Embrapa Milho e Sorgo
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