O estudo publicado na revista científica Cell apresenta uma técnica inovadora para combater o câncer, capaz de reduzir até tumores metastáticos e em estágio terminal. A abordagem consiste em modificar geneticamente as células tumorais para que o sistema imunológico as reconheça como ameaçadoras e as ataque.
Como funciona a técnica?
A inovação utiliza um vírus modificado para induzir as células cancerígenas a produzir açúcares característicos de células de porcos. Isso “engana” o corpo, ativando uma reação imunológica intensa contra o câncer. O vírus utilizado é o da doença de Newcastle, que é inofensivo para humanos.
Resultados obtidos
• Testes em animais: Realizados em macacos com câncer de fígado, os tratados com o vírus modificado sobreviveram mais de 6 meses, enquanto o grupo controle viveu, em média, apenas 4 meses.
• Testes em humanos: Foram analisados 23 pacientes com tumores avançados e resistentes a tratamentos convencionais.
• Resultados:
• 1 paciente apresentou remissão completa.
• 8 tiveram redução parcial da doença.
• 12 estabilizaram a condição.
• Apenas 2 não responderam à terapia.
Os resultados foram observados em diferentes tipos de câncer, como fígado, pulmão, mama e ovário, surpreendendo os cientistas pela abrangência da resposta imunológica.
Desafios e próximos passos
Apesar dos avanços, especialistas alertam para os riscos de superestimulação do sistema imunológico, que pode atacar tecidos saudáveis. O tratamento ainda passará por testes clínicos de fases 2 e 3, com o objetivo de verificar sua segurança e eficácia em uma população maior.
Perspectivas
O virologista molecular Masmudur Rahman, da Universidade do Arizona, destacou o potencial da técnica, mas reforçou a necessidade de mais estudos para identificar quem mais se beneficiaria com o tratamento.
A pesquisa marca um avanço significativo no combate ao câncer, mas ressalta que a cura definitiva ainda depende de mais investigações.
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