Um estudo publicado no Neurology revelou que hipertensão, fibrilação atrial e tabagismo estão entre os principais fatores que aumentam a gravidade de acidentes vasculares cerebrais (AVC). A pesquisa utilizou dados do estudo internacional INTERSTROKE, que analisou pacientes de 32 países, e destaca a necessidade de controlar esses fatores para reduzir sequelas graves.
Fatores modificáveis e riscos
De acordo com os pesquisadores, pessoas com pressão alta têm um risco 3,2 vezes maior de sofrer um AVC severo e quase três vezes mais chances de apresentar qualquer tipo de derrame, em comparação a indivíduos com pressão normal.
A fibrilação atrial eleva em 4,7 vezes o risco de um AVC grave e em 3,6 vezes o de quadros moderados. Já o tabagismo praticamente dobra a probabilidade de um acidente vascular cerebral.
Esses fatores atuam diretamente na dinâmica vascular. A hipertensão, por exemplo, pode provocar hemorragias cerebrais devido à ruptura de vasos, enquanto a fibrilação atrial favorece a formação de trombos maiores. O tabagismo acelera o enrijecimento arterial, agravando o quadro.
Outros fatores avaliados
A pesquisa também examinou diabetes, colesterol alto, sedentarismo, dieta inadequada e consumo de álcool. Embora representem riscos para AVC, esses fatores mostraram menor influência na gravidade do evento.
“Esses fatores, como diabetes e colesterol alto, têm impactos progressivos e crônicos, enquanto a hipertensão e a fibrilação atrial podem desencadear eventos mais agudos e graves”, explica a neurologista Gisele Sampaio Silva, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Sinais de alerta para o AVC
Reconhecer os sinais de um AVC e buscar atendimento imediato é essencial. Fique atento a:
• Dormência ou fraqueza súbita em um lado do corpo;
• Dificuldade para falar ou compreender;
• Alterações na visão em um ou ambos os olhos;
• Perda de equilíbrio ou tontura repentina;
• Dor de cabeça intensa sem causa aparente.
Prevenção e tratamento
A gravidade do AVC depende de fatores como extensão do dano e rapidez no acesso ao tratamento. Diagnósticos precisos e estratégias personalizadas são cruciais para prevenir e gerenciar casos mais graves.
O estudo reforça a importância de manter um estilo de vida saudável e monitorar condições como pressão alta e arritmias. Mesmo fatores não modificáveis, como malformações ou doenças autoimunes, exigem atenção médica contínua.
A prevenção é sempre o melhor caminho para evitar danos permanentes e preservar a qualidade de vida.
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