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Saúde Cuidados

Especialistas do Hospital João XXIII dão dicas para evitar acidentes domésticos nas férias escolares

Maior pronto-socorro de Minas Gerais atende cerca de 800 crianças e adolescentes durante o período

11/01/2025 às 11h24
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com a Ascom do Governo de Minas
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Hospital João XXIII é referência estadual em politraumas e queimaduras - Foto: Cristiano Machado / Imprensa MG
Hospital João XXIII é referência estadual em politraumas e queimaduras - Foto: Cristiano Machado / Imprensa MG

A técnica de Segurança do Trabalho Milene Márcia Ferreira precisou levar a filha de 7 anos ao hospital em pleno dia de Natal, resultado de uma simples brincadeira de pique-esconde. A pequena Mickaelly brincava com o irmão, de 4 anos de idade, na sala de casa, em Barbacena, no Campo das Vertentes. Ao correr, ela trombou com o namorado da mãe, que passava pelo local carregando uma panela com óleo fervendo.

Mickaelly teve queimaduras de primeiro e segundo graus em várias partes do corpo e, no dia 30/12/2024, foi transferida para o Hospital João XXIII (HJXXIII), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), referência estadual em politraumas (lesões em diferentes partes do corpo) e queimaduras.

Milene conta que foi a primeira vez que a filha se acidentou e que sempre aumenta os cuidados com os filhos durante as férias, pois sabe que o risco de acidentes nessa época é maior, seja dentro ou fora de casa. “Nesse período eu tenho o hábito de cuidar mais das crianças para elas não se machucarem, mas nesse caso não teve como evitar”, lembra a mãe.

Apenas nos dois últimos anos, o HJXXIII atendeu 1.602 crianças e adolescentes (até 19 anos), uma média de 800 atendimentos por ano, no período entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira semana de fevereiro. De 16/12/2024 a 1/1/2025, foram 242 entradas em 17 dias – uma média de 14 atendimentos diários.
 


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Único caminho

Os tipos de acidentes mais comuns nas férias registrados pelo HJXXIII são ingestão ou introdução de corpo estranho (brinquedo, moeda, bateria), queda da própria altura (tombo), queda de cama ou sofá, intoxicação por animal peçonhento e queda de escada. Há outras ocorrências em menor número (ilustração), como no caso da Mickaelly, mas não menos graves.

“Os acidentes dentro de casa representam 50% dos casos dos 2 aos 15 anos de idade. A prevenção é o único caminho possível. Prevenir significa criar ambientes seguros e manter vigilância constante”, explica o pediatra André Marinho, coordenador do setor de Trauma Pediátrico do HJXXIII.

Milene precisou levar a filha ao hospital no Natal (Francis Campelo)


Muitos estímulos

A casa é um ambiente cheio de estímulos, onde meninas e meninos encontram um grande número de coisas que, na fantasia infantil, tornam-se parte da brincadeira, levando a acidentes graves – com ou sem sequelas e, em alguns casos, fatais. Cozinha, banheiro, acesso a escadas e lajes são locais que devem ser trancados, não apenas fechados.

“Nunca deixe remédios ao alcance da criança e lembre-se de que, mesmo em locais de difícil acesso, podem atrair a atenção e a criança subir para pegá-los”, alerta a pediatra Regina Eto, que trabalha há 30 anos no HJXXIII.

“As garrafas PET também são atrativas e é muito comum os pais guardarem líquidos tóxicos nelas, como produtos de limpeza (alguns coloridos e cheirosos). A criança pode achar que o líquido é gostoso, beber e sofrer danos no estômago”, complementa Regina Eto.

Ainda dentro de casa, também são comuns acidentes com facas e outros objetos perfurocortantes, que são aqueles com cantos, bordas ou pontas duras capazes de cortar ou causar perfurações.
 


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Fora de casa

Fora de casa, as quedas de alturas lideram os acidentes, junto com as intoxicações por contato com animais peçonhentos e plantas tóxicas. Os afogamentos estão entre os acidentes mais fatais e devem ser uma preocupação para crianças e adolescentes em piscinas, cachoeiras, rios e lagos.

Ao chegar em um clube, sítio ou qualquer lugar que tenha piscina, é preciso verificar se o acesso é bloqueado. Se não, todo cuidado é pouco. Nas brincadeiras em piscinas é recomendada a presença de um adulto para cada duas a quatro crianças, a depender da idade.

Brinquedos de parques ou de outros locais devem ser inspecionados pelos pais ou responsáveis antes de começar a diversão. Pode haver problemas como ferros soltos, partes corroídas, escorregadias ou mesmo animais peçonhentos dentro deles.

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