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Após morte de recém-nascido em Betim, comunidade indígena venezuelana teme surto de coqueluche

Danilo Gozalez Perez morreu após cerca de 20 dias internado

09/01/2025 às 10h42
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com BHAZ
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Danilo Gozalez Perez morreu após cerca de 20 dias internado (Divulgação/Comunidade Warao Betim)
Danilo Gozalez Perez morreu após cerca de 20 dias internado (Divulgação/Comunidade Warao Betim)

Um recém-nascido, de quatro meses, morreu com suspeita de complicações possivelmente causadas por coqueluche em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (8). A vítima é o pequeno Danilo Gonzales Perez, da Comunidade Indígena Venezuelana Warao. Após o caso, a aldeia teme um surto da doença entre crianças e adolescentes.

Dayane da Cruz Leite, representante da comunidade, explica que o bebê começou a apresentar os sintomas gripais há cerca de um mês. “Ele foi levado para a UPA e orientaram a voltar para a comunidade e fazer lavagem nasal, mas o quadro foi só piorando. Quando a criança estava com muita dificuldade para respirar, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) foi chamado e a criança ficou 20 dias internada no hospital”, detalha.

A representante afirma que durante a internação os médicos realizaram exames que, segunda ela, constataram um quadro de coqueluche.

A enfermidade, comum entre crianças, é uma doença infecciosa respiratória, causada pela bactéria Bordetella pertussis. O principal sintoma é a tosse seca e intensa.

A reportagem questionou as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde sobre o diagnóstico da criança e aguarda retorno.

O atestado de óbito indica como possível causa da morte quadro de pneumotórax, choque cardiogênico, pneumonia necrosante e pneumonia por citomegalovírus.

O corpo de Danilo Perez será sepultado na tarde desta quinta-feira (9), no Cemitério Parque Jardim da Cachoeira, em Betim.

Medo de surto

A morte do bebê deixou a comunidade indígena Warao em alerta. As lideranças temem um surto de coqueluche entre as quase 70 crianças e adolescentes que vivem na aldeia.

“Assim que eu soube do resultado dos exames do Danilo, eu entrei em contato com a Secretaria de Saúde de Betim para pedir uma intervenção na comunidade porque muitas crianças estavam com sintomas gripais. Eles queriam que eu as levasse na UBS [Unidade Básica de Saúde], mas eu disse que seria impossível sair com 70 crianças pelo bairro. Então, enviaram um médico que fez uma consulta breve, de cerca de uma hora, e sem realizar exames”, denuncia Dayane Leite.

Em uma nota divulgada após a morte do recém-nascido, a comunidade cobrou uma maior presença do poder público na aldeia. “Será que teremos que perder mais quantas crianças para este grupo de socorro ser ouvido? Vivemos de forma desumana. Pela memória do nosso waraozinho. Ajude os Waraos Betim”, diz trecho do texto.

Segundo Dayane, as crianças enfrentam surto de piolho na comunidade e têm muitos problemas dentários.

Vacinação

A vacinação contra coqueluche faz parte do esquema vacinal gratuito do Governo Federal. A orientação é que o imunizante seja aplicando aos dois, quatro e seis meses de idade. Em seguida, dois reforços: um aos 15 meses e outro aos quatro anos.

De acordo com os representantes da comunidade Warao Betim, Danilo Perez havia recebido a primeira dose.

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