Mergulhados na maior crise financeira de sua história, os Correios deixam de oferecer um de seus principais produtos nesta segunda-feira: o e-Sedex. A decisão, anunciada em novembro do ano passado, trouxe grande oposição tanto de quem utiliza o serviço quanto dos franqueados dos Correios e seu fim, inicialmente previsto para o fim de 2016, teve de ser adiado após uma ação judicial.
Segundo a Associação Brasileira de Franquias Postais, o e-Sedex responde por 30% do faturamento das lojas dos Correios e por isso há muitos franqueados preocupados que haja uma grande queda no faturamento a partir de agora. A extinção do produto deve prejudicar também o comércio eletrônico, já que o e-Sedex é um serviço exclusivo para esse setor.
Muitas lojas virtuais tinham a modalidade como uma de suas principais e mais econômicas forma de envio de mercadorias. Nessa categoria, o preço é quase igual ao de uma encomenda convencional, mas os prazos de entrega são mais rápidos, os mesmos do Sedex. O que difere é que o serviço tem área de cobertura restrita a algumas cidades e limite de peso de 15 quilos. Quem sai prejudicado é principalmente o médio e pequeno varejista, já que gigantes do comércio eletrônico — como a B2W — possuem transportadoras próprias. Esse tipo de cliente ficará dependente dos demais serviços dos Correios, como Sedex ou PAC.
O fim de produto é mais uma das muitas ações dos Correios para tentar sanar as finanças da empresa. Em março, a empresa anunciou o fechamento de 250 unidades, em municípios com mais de 50.000 habitantes. O Plano de Demissão Voluntária dos Correios já teve mais de 7.000 adeptos. Na semana passada o presidente da instituição, Guilherme Campos, disse que os Correios devem fechar 2017 em seu quinto ano seguido de prejuízo, desta vez de 1,3 bilhão de reais. Nos primeiros quatro meses deste ano, o prejuízo foi de 800 milhões de reais. A última proposta de Campos para reduzir o resultado negativo foi apresentada na semana passada: alterar o plano de saúde dos funcionários para apenas aqueles que estão ativos e aposentados, excluindo o benefício de parentes. Quanto mais o tempo passa, mais gente sente os efeitos da crise da estatal.
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