Sexta, 22 de Novembro de 2024
19°

Chuvas esparsas

Sete Lagoas, MG

Cidades Registro

Família de BH vence batalha judicial para registrar filho com nome de faraó africano

Após uma longa disputa judicial, casal obtém direito de dar ao filho o nome de Piiê, em homenagem a um faraó egípcio, com a intenção de resgatar a ancestralidade africana e promover uma educação focada em suas raízes

12/09/2024 às 11h04
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com plox Ipatinga
Compartilhe:
Foto: Arquivo pessoal
Foto: Arquivo pessoal

Um bebê de Belo Horizonte finalmente será registrado com o nome Piiê, nesta quinta-feira (12 de setembro de 2024), após meses de embate judicial.

A escolha do nome, feita pelos pais Danillo Prímola e sua esposa, é uma homenagem a um faraó egípcio negro e reflete o desejo do casal de resgatar a ancestralidade africana.

Inicialmente, tanto o cartório quanto a Justiça haviam negado o pedido, alegando que o nome poderia causar constrangimentos futuros à criança.

A luta pelo direito ao nome

Danillo Prímola ressaltou que o nome Piiê é mais do que uma simples escolha estética; trata-se de um compromisso familiar com a valorização de suas raízes africanas. "Essa permissão é uma oportunidade que meu filho terá para crescer conectado com suas raízes. É um direito nosso. Todo direito vem acompanhado de um compromisso, que nós, pais, assumimos. Nesse caso, é dar uma educação que valorize sua ancestralidade", afirmou.

A decisão favorável ao registro só foi possível após o apoio do Ministério Público, que interveio a favor da família. Um representante da instituição estará presente no momento do registro oficial, consolidando o direito dos pais em dar ao filho o nome que acreditam melhor refletir sua herança cultural.

A inspiração no Carnaval de Belo Horizonte

A escolha do nome Piiê foi inspirada durante o Carnaval de 2023 em Belo Horizonte. Na ocasião, Danillo e sua família participaram de uma comissão de frente intitulada "Piiê, O Faraó Negro", que foi premiada como a melhor daquele ano. A partir daí, o casal decidiu que, se tivessem um filho homem, ele se chamaria Piiê, como forma de homenagear o líder africano e conectar a criança às suas raízes.

Implicações legais e a recusa inicial

O cartório, inicialmente, levantou objeções quanto à grafia do nome, especialmente devido ao uso dos dois "ii". Embora Danillo tenha explicado que a escolha tinha um significado profundo relacionado ao resgate cultural e antirracista, a Justiça manteve a recusa, apontando o risco de futuros constrangimentos para a criança.

Em resposta à repercussão do caso, a Vara de Feitos Públicos de Belo Horizonte se pronunciou, explicando que a juíza Maria Luíza Rangel, responsável pela decisão inicial de recusa, fundamentou sua decisão com base na lei que impede o registro de nomes que possam "expor ao ridículo seus portadores". A juíza ainda sugeriu que o casal optasse por um nome composto, preservando a homenagem de maneira menos controversa.

Justificativas para a recusa judicial

A Justiça também esclareceu que a argumentação dos pais, no momento da solicitação inicial, se baseou "tão somente na homenagem a um faraó, sem mencionar a relação do personagem com aspectos culturais e históricos". Por isso, a sonoridade e grafia do nome foram os principais fatores para o indeferimento.

Com a vitória na Justiça, a família de Belo Horizonte assegura que o filho poderá carregar um nome que, para eles, representa não apenas uma figura histórica, mas um símbolo de resistência e orgulho das raízes africanas.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Sete Lagoas, MG Atualizado às 21h10 - Fonte: ClimaTempo
19°
Chuvas esparsas

Mín. 18° Máx. 23°

Sáb 22°C 17°C
Dom 24°C 15°C
Seg 24°C 16°C
Ter 25°C 17°C
Qua 27°C 18°C
Horóscopo
Áries
Touro
Gêmeos
Câncer
Leão
Virgem
Libra
Escorpião
Sagitário
Capricórnio
Aquário
Peixes
Anúncio
Anúncio