Um estudo publicado na revista científica Cancer revela uma projeção preocupante: até 2050, o número de novos casos de câncer entre homens deverá aumentar em 84%, passando de 10,3 milhões para 19 milhões por ano.
As mortes também deverão crescer significativamente, de 5,4 milhões para 10,5 milhões anuais, um aumento de 93%. A pesquisa, que analisou 28 tipos de câncer em 185 países, destaca que o câncer de próstata e o mesotelioma estão entre os que mais devem crescer em incidência e mortalidade.
As razões para esse aumento incluem menor participação masculina em atividades de prevenção, subutilização de triagens e tratamentos, maior exposição a fatores de risco como tabagismo e alcoolismo, e diferenças biológicas.
O estudo também enfatiza a necessidade urgente de estratégias de prevenção e tratamento, especialmente em países com baixo e médio índice de desenvolvimento humano, onde o impacto será ainda mais severo.
No Brasil, especialistas como Carlos Gil Ferreira apontam que o sistema de saúde está mais preparado para detectar e tratar tumores femininos, como o câncer de mama, enquanto os programas para diagnóstico de tumores masculinos, como o de próstata, são insuficientes.
Ferreira destaca a aprovação recente da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer no SUS como um passo importante para estruturar melhor as estratégias de combate à doença no país, o que pode ajudar a reverter essa tendência alarmante nas próximas décadas.
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