O Brasil registrou o segundo maior número de mortes de pessoas quilombolas em 2023, segundo um estudo da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) divulgado na última semana. Em 2023, no primeiro ano do governo Lula, nove quilombolas foram mortos.
A maior quantidade de assassinatos de quilombolas aconteceu em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro. Dez pessoas foram mortas naquele ano, contra sete em 2020 e oito em 2019.
Nos cinco anos analisados, os dados apontam para a maior média anual de mortes no período. Foram registrados 46 assassinatos de janeiro de 2019 a julho de 2024.
Os números de 2024 não são animadores. Até julho deste ano, seis quilombolas foram mortos, segundo o levantamento da Conaq. Dos assassinados, duas eram mulheres.
Em 2023, das oito mortes de pessoas quilombolas, 50% eram lideranças femininas de quilombos. Entre elas, está a morte da líder quilombola Bernadete Pacífico, que foi executada a tiros na Bahia, no dia 17 de agosto daquele ano.
O corpo foi encontrado alvejado no sofá de sua casa, no Quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, região metropolitana de Salvador. Bernadete era Yalorixá da comunidade e já havia perdido o filho, Binho do Quilombo, também assassinado por conflito fundiário, em 2017.
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