O Cruzeiro enfrenta o Boca Juniors-ARG nesta quinta-feira (15), às 21h30 (de Brasília), na Bombonera, em Buenos Aires, no jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana.
De volta à Argentina depois de cinco anos, o time celeste tenta vencer para garantir vantagem no jogo de volta e, também, quebrar uma longa escrita.
A última vitória do Cruzeiro sobre o Boca Juniors na Bombonera foi há 30 anos. No dia 6 de abril de 1994, a equipe azul venceu os argentinos por 2 a 1, com gols de Paulo Roberto e Roberto Gaúcho, na terceira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Esse foi, inclusive, o primeiro e último triunfo celeste na casa da equipe Azul e Ouro.
Naquela época, o time era comandado pelo técnico Ênio Andrade. Uma das estrelas celestes em campo era Ronaldo, que anos depois passaria a ser conhecido mundialmente como “Fenômeno”.
A torcida do Cruzeiro comparecerá em peso para o duelo em Buenos Aires. Todos os ingressos destinados aos visitantes na Bombonera se esgotaram ainda nas primeiras horas de venda. A previsão é de dois mil cruzeirenses na casa do Boca Juniors.
O último jogo do Cruzeiro na Copa Sul-Americana foi em 30 de maio, quando venceu a Universidad Católica de Quito, do Equador, por 1 a 0, no Mineirão, pela fase de grupos. O time celeste se classificou de forma direta às oitavas de final. Portanto, há 76 dias a equipe celeste não jogava pela competição continental.
Já o Boca Juniors precisou jogar os playoffs, uma vez que terminou na segunda colocação do Grupo D. Os argentinos eliminaram o Independiente Del Valle, do Equador, após empate por 0 a 0, fora de casa, e vitória por 1 a 0, na Bombonera.
O Cruzeiro chega para enfrentar o Boca Juniors em bom momento na temporada. O time celeste é o 6º colocado no Campeonato Brasileiro, com 36 pontos em 21 jogos. A equipe comandada por Fernando Seabra vem de duas vitórias, duas derrotas e um empate nos últimos cinco jogos, mas briga na parte de cima da tabela na disputa nacional.
Após o empate por 0 a 0 no clássico com o Atlético, pelo Campeonato Brasileiro, no último sábado (10), Seabra estuda mudanças na defesa, no meio-campo e no sistema ofensivo.
Na defesa, João Marcelo, suspenso na última rodada do Brasileirão, deve recuperar a vaga entre os titulares. Lucas Villalba volta a ser opção no banco. Na lateral esquerda, Kaiki e Marlon brigam pela posição.
No meio-campo, Lucas Romero, titular na temporada, e Walace, que começou o clássico e foi contratado com status de titular, disputam a vaga como primeiro volante. Por outro lado, Matheus Henrique, Barreal e Matheus Pereira serão mantidos.
No ataque, Kaio Jorge foi criticado pelas últimas atuações e pode ser reserva contra o Boca Juniors. Se o técnico Seabra optar por alguém que exerça função semelhante, Dinenno deve iniciar a partida. Em caso de troca de estilo de jogo, Arthur Gomes poderia fazer uma dupla mais veloz com Lautaro Díaz na frente.
Atualmente, o Boca Juniors ocupa a 15ª colocação no Campeonato Argentino, com 14 pontos em dez jogos.
“O Boca não está bem na Liga, está lutando de trás, no meio da tabela. No treino dessa terça-feira, Cavani ficou fora por um quadro gripal. A presença dele é dúvida para o jogo. Marcos Rojo está voltando. Ainda não está claro a equipe, porque o técnico parece ter muitas dúvidas sobre como o time vai jogar. Ele tem poucas respostas das que realmente precisa nos treinamentos e sobre o rendimento dos jogadores”, disse Gonzalo Suli, setorista do Boca Juniors no Diário Olé, da Argentina.
A posição do Boca Juniors na tabela de classificação do Campeonato Argentino é um reflexo do desempenho baixo de jogadores considerados pilares do time, como o atacante Cavani, o meio-campista Kevin Zenón, uma das promessas da equipe, além do baixo rendimento dos zagueiros.
“O Boca chega com muita tensão, muita pressão. Os resultados ruins no campeonato local não dão impressão de que o clube possa jogar muito melhor na Copa Sul-Americana. E o time sentiu a baixa pela venda de (Ezequiel) Fernandez à Arábia (ao Al-Qadisiya)”, comentou Juan Pablo Méndez, editor do Diário Olé.
Apesar de não perder há nove jogos (quatro vitórias e cinco empates), o Boca passa por grande questionamento em relação à qualidade do futebol apresentado na temporada. Por isso, o técnico Diego Martínez está balançando no cargo.
“A arquibancada estará com um clima bom no dia do jogo. O time não vive um momento de derrotas para que se tenha algo negativo, a depender de como termine a partida. O ambiente em geral não é o melhor para o técnico, que começa a estar em dúvida (trabalho contestado). Creio que os jogos com o Cruzeiro serão determinantes para o futuro dele”, cravou Gonzalo Suli.
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