Uma sequência de roubos a residências tem deixado os moradores da zona rural de Sete Lagoas, em estado de pânico. Em questão de minutos, tudo o que foi construído ao longo de anos é levado por duas ou três pessoas, com a ajuda de um caminhão e a habilidade de desaparecer rapidamente.
Os moradores estão apavorados com a possibilidade de uma quadrilha que invade imóveis na região e leva tudo o que vê pela frente, clamando por ajuda. Especialistas em segurança afirmam que os bandidos são ‘altamente especializados’ e aproveitam qualquer oportunidade para atacar.
De acordo com as vítimas, houve, pelo menos, 10 ocorrências desse tipo em cerca de 15 dias. Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) indicam que, de janeiro a junho deste ano, foram registrados 23.270 furtos e roubos a residências em Minas Gerais.
Em resposta aos questionamentos, a Polícia Civil afirmou que “exerce a função principal de investigação criminal, visando esclarecer a autoria, materialidade, motivo e circunstâncias dos fatos que chegam às unidades policiais” e ressaltou a importância de a população denunciar os crimes. A Polícia Militar de Minas Gerais, por sua vez, não retornou os questionamentos da reportagem.
Ana* (nome fictício) relata que os prejuízos que sofreu são incalculáveis. Além dos criminosos terem levado todos os bens de valor da sua casa, também levaram lembranças de toda uma vida. Em termos materiais, ela perdeu cerca de R$ 40 mil.
“Parece que é uma quadrilha que começou a atacar recentemente. Eles esperam a casa ficar vazia e levam tudo. É um sentimento de revolta e tristeza. A gente trabalha muito para conseguir as coisas, e eles roubam tudo, além de destruírem a casa”, desabafa.
Segundo as vítimas, o modo de agir dos bandidos é sempre o mesmo: eles esperam as casas ficarem vazias, estacionam uma caminhonete, arrombam as portas e levam praticamente tudo o que há dentro do imóvel.
Imagens de câmeras de segurança registram as ações dos criminosos. No entanto, nada parece ser capaz de detê-los: eles burlam sistemas de segurança, cães de guarda, muros e qualquer tipo de fechadura ou porta.
“Eles costumam agir em dias úteis e roubam tudo: máquina de lavar, televisão, fogão, geladeira. Saem com tudo e ninguém vê. Também deixam um rastro de destruição, quebrando portas, janelas e vidros”, relata uma moradora que prefere não se identificar.
Para as vítimas, o sentimento é devastador. “Estou sem chão, desolada. Conseguimos tudo com tanto sacrifício e agora não temos mais nada. Todas as vezes que me lembro do roubo, começo a chorar. Eles colocaram tudo abaixo”, diz ela.
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