Uma briga envolvendo dinheiro, além de um relacionamento extraconjugal, está por trás de um crime em Goiás. A Polícia Civil do estado indiciou o empresário Paulo Antônio Herberto Bianchini, de 34 anos, pelo assassinato da companheira, a jovem Dayara Talissa Fernandes da Cruz, de 21 anos, em Orizona, no sul de Goiás.
O crime aconteceu em março, quando Dayara teve o corpo enterrado em uma fazenda de Orizona. A ossada da jovem foi encontrada no local recentemente, conforme divulgado pela reportagem. Segundo a Polícia Civil, como o estágio de decomposição estava avançado, não foi possível determinar a causa da morte.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Kennet Carvalho, outras duas pessoas também foram indiciadas por participação no crime, que teve entre as motivações um valor de R$ 86 mil e o casamento mantido pelo homem, sem o conhecimento da vítima.
Preso desde 1º de julho, Paulo Bianchini foi indiciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil, dissimulação, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. O homem chegou a dar a esposa como desaparecida.
De acordo com a Polícia Civil, o investigado mantinha um outro casamento sem que a companheira, Dayara, soubesse. O suspeito e a vítima tiveram um relacionamento de aproximadamente um ano e meio. Segundo Carvalho, a mulher acreditava que era a esposa de Paulo, no entanto, estava sendo enganada.
Conforme o investigador, o crime foi motivado por violência de gênero e ocorreu após uma briga relacionada a R$ 86 mil. Segundo as informações, o suspeito alegou ter transferido esse valor para a conta de Dayara, que o utilizou para fins pessoais. O gasto teria levado ao término do relacionamento em outubro de 2023.
Apesar da separação, a vítima e o suspeito reataram em janeiro de 2024. Segundo o delegado, em conversa com outra pessoa, o suspeito teria falado da separação e afirmado que mandou matar a jovem por causa do dinheiro. Porém, ele não confirmou essa versão à polícia.
Após o crime, o suspeito teria cometido fraude processual ao enviar mensagens pelo celular da vítima, se passando por ela. Nos recados, se passando por Dayara, o homem disse ao irmão dela que os dois haviam terminado o relacionamento e que ela estaria em Itumbiara. Ele teria, inclusive, enviado uma localização pelo telefone da vítima, afirmando que estava em outro município.
Ao analisar as mensagens, a polícia concluiu que não eram compatíveis com o modo de escrita da vítima.
Ainda de acordo com o delegado, no dia da morte de Dayara Talissa, o investigado saiu de carro com um funcionário. Durante o trajeto, ele alterou a rota e pediu ao funcionário que olhasse para a carroceria do veículo, onde estava o corpo. Em seguida, ele disse para o funcionário ajudá-lo na ocultação do cadáver e a encobrir o crime.
Conforme Carvalho, o funcionário tirou fotos no rio de Itumbiara e as postou no status da vítima para criar uma falsa localização. A outra suspeita envolvida ficou com o telefone da vítima por cerca de 10 dias e, posteriormente, jogou o aparelho em um córrego.
Em nota, a defesa de Paulo afirma que ele é réu primário, com bons antecedentes e residência fixa, tendo colaborado voluntariamente com as investigações. Alegou também que os depoimentos indicam uma fatalidade, sem provas conclusivas de dolo.
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