A Polícia Civil indiciou um homem de 60 anos, por estupro de vulnerável e registro de fotografia envolvendo menores de idade em situação de pornografia.
O idoso, marido da dona de um hotelzinho em Betim, na Grande BH, oferecia chocolates às crianças para depois cometer os abusos. A investigação começou após uma das vítimas denunciar o caso para a mãe.
Ainda segundo a polícia, os pais de duas crianças, de 5 e 7 anos, matriculadas na instituição, procuraram a delegacia para registrar os fatos.
A delegada Karla Moreira Lima Carvalho conta que o investigado é casado com a dona do hotelzinho. Em um dos relatos, a criança refere o idoso como “vovô”. A vítima contou à mãe o que o suspeito fazia com ela, demonstrando com um gesto de fricção na região genital.
“Assustada, a mãe já entrou em contato com outra família que também tem seus filhos matriculados no hotelzinho. Esses pais conversaram com as crianças, e uma menina chorou quando foi questionada. Disse que o vovô dá chocolate para ela e a leva até um quarto – onde teriam ocorrido os abusos”, detalhou.
Ainda de acordo com a delegada, imediatamente as investigações começaram e a Justiça emitiu um mandado de prisão temporária e de busca e apreensão.
“No local, apreendemos um pen drive e um celular. Com base nas técnicas especiais de investigações, nós obtivemos imagens do aparelho telefônico que continha fotos dessas meninas que foram abusadas, num determinado local do hotelzinho. Enquanto elas dormiam, esse homem tirava fotos, porém a angulação nos chamou atenção: eram fotos que buscavam a região genital”, esclarece.
A Polícia Civil indiciou o suspeito por crimes sexuais e por registrar o conteúdo da vítima. A proprietária, esposa do idoso, também tem responsabilidade, de acordo com Karla.
“Ela tem uma responsabilidade contratual com os pais dessas crianças, então deve responder pelo resultado, ainda que por omissão. Porém, como ela agiu com culpa, não há o que se falar em responsabilização criminal, uma vez que não há crime de estupro de vulnerável culposo no Código Penal”, esclarece.
A delegada também detalha a importância dos pais conversarem com as crianças, de forma clara, sobre o que pode ou não ser feito no corpo dela.
“Desde pequenos, é necessário que os pais criem esse vínculo com seus filhos. Por meio dessa abertura, uma criança confidenciou à sua mãe o que aconteceu [no caso específico]. É importante que os pais conversem com seus filhos, saibam se houve algum fato fora do normal, se tiveram contato com outras pessoas que não fazem parte da equipe de funcionários”, recomenda.
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