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CBH Rio das Velhas aprova Plano de Educação Ambiental com método e estratégia para elevar consciência de preservação

Programa Velhas Vivo: esse é o nome guarda-chuva que abriga uma profusão de atividades componentes do Plano de Educação Ambiental (PEA) do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas)

01/08/2024 às 14h52
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com CBH Rio das Velhas
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CBH Rio das Velhas aprova Plano de Educação Ambiental com método e estratégia para elevar consciência de preservação

Aprovado pelo Plenário do CBH em 28 de junho na Deliberação Normativa nº 52/2024, o PEA tem o objetivo de “sensibilizar a comunidade inserida na Bacia Hidrográfica sobre questões que envolvem os principais fatores de pressão que impactam a qualidade ambiental do território e a necessidade premente de preservá-lo, visando a adoção de posturas socioambientalmente responsáveis em favor dos recursos naturais locais”.

Karen Castelli, coordenadora-geral do Programa de Mobilização Social e Educação Ambiental do CBH Rio das Velhas, dá mais detalhes. “O Comitê já realizava práticas de Educação Ambiental de forma espontânea, atendendo a solicitações das comunidades locais. A falta de um Plano estruturado e coeso era, no entanto, um gargalo na organização das ações. Assim, o PEA terá, a partir de agora, a importante função de nortear esse trabalho”.

Pertencimento e sensibilização

Um dos muitos objetivos do PEA é criar e fortalecer o sentimento de pertencimento da população dos 51 municípios da bacia sobre o Rio das Velhas e seus múltiplos afluentes.

O motor que pode impulsionar esse movimento está no engajamento dos setores da indústria, da agropecuária, dos poderes públicos municipais e estadual e da sociedade civil organizada nos diversos colegiados do CBH Rio das Velhas, como o Plenário, os Subcomitês e as Câmaras Técnicas.

Outra meta é sensibilizar os atores desses segmentos, palavra que tem, entre suas acepções, os sentidos de “impressionar vivamente, chamar a atenção” e o de “comover, tocar emocionalmente”.

É vital, para a proteção do meio ambiente e dos recursos hídricos, acender a consciência para a necessidade de implantação de uma gestão ambiental ecoeficiente no ramo industrial, assim como da adoção de práticas e tecnologias que visem à redução do consumo de água no campo e de medidas de regularização de passivos ambientais nas propriedades rurais, para citar algumas ações essenciais.

Para custear intervenções de proteção e revitalização das águas, cujos benefícios revertem para todas as pessoas e atividades econômicas, é preciso, ainda, fortalecer a adesão dos usuários empresariais ao pagamento pelo uso do nosso patrimônio hídrico.


Nome e logomarcas do PEA, criados para garantir unidade e identidade.


Amplo diagnóstico

A elaboração do PEA foi precedida de um vasto reconhecimento dos projetos, ações e atores e do levantamento das melhores práticas implementadas, bem como da identificação das principais demandas nas 23 Unidades Territoriais Estratégicas (UTE) que integram a bacia.

Foram quase 300 iniciativas de Educação Ambiental mapeadas e diagnosticadas no território até a conclusão do diagnóstico, em setembro do ano passado. “Este é outro fator interessante: a realização de um mapeamento das ações que já vêm sendo realizadas. Isso contribui de forma definitiva para a construção de pontes e parcerias entre o Comitê e os entes que já encampam ações de Educação Ambiental”, destaca Castelli.

Com um horizonte de planejamento de quatro anos (2024/2027), o PEA se propõe a indicar como o CBH Rio das Velhas pode inserir e potencializar iniciativas de Educação Ambiental de alto impacto já em andamento na bacia, bem como caminhos para a execução direta de ações educativas ao longo do território.

O conceito participativo presidiu o processo, ouvindo conselheiros e Subcomitês do CBH Rio das Velhas num longo percurso que passou também pela Câmara Técnica de Educação, Mobilização e Comunicação (CTECOM) e pela Diretoria Ampliada antes de ser aprovada em Plenário.

No minucioso mapeamento, foram destacadas iniciativas de alta capilaridade como o Projeto Manuelzão, concebido na Faculdade de Medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) ainda nos anos 1990, o Programa Chuá de Educação Sanitária e Ambiental, da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), e os projetos de Educação Ambiental dos órgãos que compõem o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), como a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

“Eu vejo esses peixes e vou de coração”

O verso da famosa canção de Fernando Brant e Milton Nascimento (“O milagre dos peixes”) exprime bem uma das principais linhas de ação do PEA, que confere protagonismo pedagógico ao Piraju, nome-fantasia do peixe dourado (Salminus franciscanus), eleito símbolo da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas e das ações de revitalização do território.

Ajudando a transmitir conceitos e valores relacionados à preservação e conservação do ambiente, especialmente em relação ao público infanto-juvenil, o Piraju vai estrelar eventos, campanhas e outras iniciativas de Educação Ambiental.

O ponto alto dessa linha será a Caravana Piraju dá a letra: navegando e aprendendo sobre o Rio das Velhas, ação itinerante que deverá percorrer 22 localidades da bacia e levar informações sobre a importância do mais comprido afluente do Velho Chico e sobre a necessidade de preservá-lo.


 

Piraju já está presente em produtos e ações de educação ambiental ao longo da bacia do Rio das Velhas


Muitas águas e muita ponte

O rol de frentes de atuação do PEA é caudaloso: realização de campanhas e eventos vinculados a ações contínuas e temáticas já em desenvolvimento no território; aperfeiçoamento dos projetos internos e itens específicos já contratados e em desenvolvimento pelo Comitê; direcionar funções e responsabilidades a cada ator estratégico do contexto interno do CBH Rio das Velhas, de modo a garantir governança e unidade de gestão sobre as ações; aquisição de novos recursos pedagógicos a fim de complementar as ações desenvolvidas; e desenvolvimento de módulos estruturados de Educação Ambiental para os diversos públicos (usuários, produtores rurais, servidores públicos e sociedade civil).

O PEA destaca, em suas proposições, a importância de se realizar, no médio prazo, uma nova expedição pelo Rio das Velhas de modo a amplificar os resultados de todo esse esforço.

Para a presidenta do Comitê, Poliana Valgas, a Educação Ambiental é um caminho estratégico na gestão dos recursos hídricos do território. “O PEA representará um novo momento para o Comitê e a bacia. Com este Plano, poderemos coordenar, de forma estratégica e bem direcionada, o desenvolvimento de ações e o apoio a tantas outras. Acreditamos na Educação Ambiental como ferramenta transformadora, capaz de fomentar o interesse pela preservação e pelo cuidado do nosso rio nos quatro cantos da bacia”, completou.

Acesse aqui a íntegra do PEA da Bacia do Rio das Velhas e a Deliberação Normativa do CBH que o aprovou.


Poliana Valgas destacou a importância das ações previstas no PEA para a bacia

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