Mais de 40 mil torcedores deixavam o Mineirão, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, após um Cruzeiro x Flamengo, em agosto de 2019, num cenário típico para entusiasmar motoristas de transporte por aplicativo, diante da fartura de clientes em potencial. Naquela noite de sábado, porém, um desses condutores, Denis José Vicente Duarte, de 35 anos, passou a encarar de outra forma os dias com jogos de futebol, após ser espancado por passageiros com socos, chutes e um ‘mata-leão’ nas proximidades do estádio.
Cinco anos depois, o trauma ainda o impede de trabalhar quando a bola rola em BH, e o profissional vê a categoria num quadro desanimador: em 2024, subiu 14% em Minas o registro de ocorrências tendo como vítimas condutores cadastrados em plataformas como Uber e 99.
Levantamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) a pedido de O TEMPO mostra que, de janeiro a maio deste ano, motoristas de transporte por aplicativo fizeram 1.889 boletins de ocorrência por roubo, furto, ameaça, calote, estelionato, calúnia, dano ao veículo, agressão, lesão corporal, dentre outros crimes, além de acidentes. No mesmo período de 2023, foram 1.656.
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