A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) registrou um aumento expressivo no número de clientes que sofreram com corte de energia por causa de pipas que atingiram a rede elétrica. Somente em junho deste ano, 144 mil clientes tiveram o serviço interrompido devido a incidentes envolvendo pipas, representando um aumento de quase 92%. No total, no primeiro semestre deste ano, 300 mil consumidores sofreram interrupções de energia devido a 1.070 ocorrências.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, houve um acréscimo de mais de 100 mil clientes sem energia elétrica devido a pipas em junho.
Além das interrupções no fornecimento de energia, a brincadeira com pipas pode causar sérios acidentes. Na última semana, um jovem de Ribeirão das Neves morreu ao tentar resgatar uma pipa da rede de média tensão, sofrendo um choque elétrico. Com o recesso escolar de julho, é crucial alertar crianças e adolescentes sobre os riscos de soltar pipas perto de redes elétricas.
O engenheiro eletricista da Cemig, Demetrio Aguiar, ressalta que soltar pipas em locais descampados e sem linhas cortantes é essencial para evitar acidentes e interrupções no fornecimento de energia. “Soltar pipa é uma atividade lúdica que as crianças e jovens adoram, mas deve ser realizada em áreas abertas e sem rede elétrica para prevenir acidentes graves e prejuízos aos clientes”, afirma Aguiar.
A lei 23.515/2019 proíbe o uso de cerol ou linha chilena no estado de Minas Gerais. Essa legislação, em vigor desde dezembro de 2019, proíbe a comercialização e o uso de linhas cortantes em pipas e papagaios. As multas para quem for flagrado vendendo essas linhas variam de R$ 5.279,70 a R$ 263,98 mil em casos de reincidência. Se a linha cortante apreendida estiver em poder de uma criança ou adolescente, os responsáveis legais serão notificados e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.
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