A campanha de vacinação antirrábica animal começa nesta segunda (1/7) em Minas Gerais e será realizada até o dia 30/7 em todo o estado.
Cada município é responsável por operacionalizar a vacinação em seus territórios e fornecer informações para a população quanto ao período e locais em que o serviço vai ocorrer.
A meta é imunizar 80% da população canina e felina de Minas Gerais e, para tanto, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) enviou 3.290.700 doses da vacina para os 853 municípios. Nas próximas semanas, mais 1,2 milhão de doses serão disponibilizadas.
“A vacinação é uma medida preventiva essencial em áreas urbanas, sendo responsável pela redução do número de casos de raiva em cães e gatos e, consequentemente, em humanos. A vacina é gratuita e muito segura”, explica o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Campos Prosdocimi.
Ele alerta ainda que os tutores devem levar seus animais para se vacinar anualmente para garantir a proteção. “Esse é um cuidado fundamental com os nossos bichinhos e com a nossa saúde, pois a raiva é transmitida pela mordedura e pode levar tanto os animais quanto as pessoas à morte”.
Minas Gerais tem mantido boas coberturas vacinais nos últimos anos. Conforme dados da Coordenação Estadual de Vigilância em Zoonoses (CEVZ) da SES-MG, 88% dos cães foram vacinados e 91% dos gatos receberam proteção com o imunizante em 2022. Em 2023, os índices foram de 92% e 102%, respectivamente, com um total de 3.914.303 animais vacinados.
Os municípios têm autonomia para realizar a vacinação em seus territórios em outros períodos, desde que a ação seja planejada e comunicada com antecedência à Unidade Regional de Saúde (URS). Da mesma forma, cada Secretaria Municipal de Saúde fica responsável por definir uma data estratégica como dia D de vacinação, bem como realizar ações de mobilização para promover a imunização dos animais.
A SES-MG realiza reuniões anuais com as referências técnicas de zoonoses das 28 URS de Minas, para traçar as diretrizes da campanha e reforçar a importância da vacina.
“Nas reuniões online com os técnicos das regionais e dos municípios, principalmente os que apresentam baixas coberturas vacinais, são apresentados os resultados da campanha dos anos anteriores, discutimos estratégias de planejamento, fazemos cálculos de estimativa populacional, esclarecemos tópicos sobre a doença, treinamos os vacinadores e definimos propostas de educação em saúde, mobilização e divulgação”, enumera o subsecretário Eduardo Prodoscimi.
A doença
A raiva é uma zoonose considerada infecciosa e grave, que pode ser transmitida dos animais ao homem e vice-versa. Causada por um vírus, a doença afeta o sistema nervoso central e possui nível elevado de letalidade, na maioria dos casos, tanto nos animais quanto em humanos.
A transmissão ocorre por mordeduras, arranhões e lambidas de animais doentes. Cães, gatos e morcegos são as principais fontes de infecção nos ambientes urbanos.
De acordo com os dados da CEVZ, de janeiro a abril deste ano não foram notificados casos de raiva em cães, gatos ou humanos no estado. Em 2022, Minas teve dois casos de raiva, sendo um em cachorro e um em gato. Em 2023, não foram notificados casos em cães ou gatos.
Nos humanos, foram registrados quatro casos no município de Bertópolis em 2022, e um caso no município de Mantena, em 2023, todos com evolução a óbito.
A raiva, humana e animal, faz parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória e a comunicação da doença deve ser imediata.
A notificação pode ser feita pelos próprios cidadãos, por profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, além de estabelecimentos públicos ou privados educacionais, unidades laboratoriais e instituições de pesquisa, ou por estabelecimentos públicos ou privados relacionados ao manejo de animais.
Sintomas
O principal sintoma da doença em cães e gatos é a mudança de comportamento. A maioria dos animais apresentam sinais como salivação excessiva, dificuldade para engolir, alterações nos hábitos alimentares e até paralisia.
“Se os tutores observarem qualquer um desses sintomas, devem considerar a suspeita de raiva. Se for possível, é importante deixar o animal em observação por até 10 dias em um local seguro, sem acesso à rua, com comida e água disponíveis e entrar em contato com o serviço de zoonoses do município para notificar o caso”, orienta o subsecretário Eduardo Prosdocimi.
Se houver acidente ou agressão por animal desconhecido ou com suspeita de raiva, é essencial limpar o ferimento com bastante água corrente e sabão ou detergente, para diminuir o risco de infecção e procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) o mais breve possível.
Prevenção e cuidados
A SES-MG disponibiliza mais informações sobre a raiva no site.
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