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Cordisburgo: Boletim escolar mostra que Guimarães Rosa teve dificuldade em língua portuguesa

28/06/2024 às 10h23
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com BHAZ
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Considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX, o mineiro João Guimarães Rosa era um mau aluno em Língua Portuguesa (Larissa Reis/BHAZ + Reprodução)
Considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX, o mineiro João Guimarães Rosa era um mau aluno em Língua Portuguesa (Larissa Reis/BHAZ + Reprodução)

Considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX, o mineiro João Guimarães Rosa, quem diria, teve seus percalços no aprendizado da língua portuguesa. Guimarães Rosa, que completaria 116 anos nesta quinta-feira (27), ingressou no Colégio Arnaldo em 1920 e teve dificuldades de aprender a disciplina.

Enquanto cursava o primeiro ano ginasial, aos 12 anos, o aluno tirou 5 em português, aritmética e caligrafia, sendo essas as notas mais baixas do boletim. O único 10 daquele ano foi em geografia. No ano seguinte, porém, ele conseguiu dar a volta por cima e alcançou 8 em português.

O futuro escritor, diplomata e médico, naquela altura, talvez não tivesse dimensão da transformação que faria neste campo que lhe causou “dor de cabeça” em sala de aula. Ao escrever Grande Sertão: Veredas, Guimarães Rosa reinventou possibilidades da linguagem e explorou a potencial do idioma e, com isso, transformou-se em leitura obrigatória nas escolas do Brasil por décadas.

Notas de Guimarães Rosa em 1920. Ele é o terceiro de baixo para cima (Larissa Reis/BHAZ)

Beatriz Pernambuco, que cuida do acervo do colégio, disse à reportagem que as notas do escritor simbolizam, talvez, um choque cultural. Guimarães Rosa era natural de Cordisburgo, na região Central de Minas Gerais, e precisou se adaptar ao ensino de Belo Horizonte.

“Ele passou na média, apertado no primeiro ano. A história mostra, evidentemente, que não por incompetência. Mas pelo pela diferença cultural, já que ele veio de Cordisburgo para cá e levou esse choque inicial. No ano seguinte ele já brilhou”, observa ela.

A marca do ensino do Colégio Arnaldo na trajetória exemplar do escritor, para Beatriz, é nítido. “O que é interessante aqui é que Guimarães Rosa, quando veio para o colégio, ele entrou em contato com os padres cientistas alemães que falavam diversas línguas. Não por coincidência, Guimarães era fluente em alemão. Por aqui ele teve contato com várias outras áreas, como ciência, tecnologia, arte e diversas línguas”, pontua.

No Arnaldo, foi montada uma sala em homenagem ao escritor. Lá estão diversas obras de arte que remetem ao Grande Sertão: Veredas e à trajetória de Rosa. “Aqui também colocamos referências do sertão na arte que conversam com esse nosso ex-aluno tão ilustre e tão querido”, diz Pernambuco.

Larissa Reis/BHAZ

Guimarães Rosa

Mineiro de Cordisburgo, Guimarães Rosa nasceu em 1908 e morreu em 1967. Formou-se em medicina, mas foi na literatura que tornou-se um expoente de renome internacional. Sua obra, ambientada quase toda no sertão mineiro, destaca-se, sobretudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela influência de falares populares e regionais.

Sua obra-prima é “Grande sertão: veredas”, traduzida para diversas línguas e que ganhou três importantes títulos: Prêmio Machado de Assis, Prêmio Carmen Dolores Barbosa e o Prêmio Paula Brito.

Rosa foi o terceiro ocupante da Cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1967, e tomou posse três dias antes de morrer, em 16 de novembro de 1967.

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