O Atlas da Violência 2024, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela os principais tipos de violência enfrentados pelas mulheres brasileiras ao longo das diferentes fases da vida.
Durante a primeira infância (0 a 9 anos), a negligência é o tipo de violação mais comum, responsável por 37,9% dos casos, seguida pela violência sexual, que corresponde a 30,4%. Os principais agressores são pais e mães das vítimas.
Para as meninas de 10 a 14 anos, a violência sexual se destaca, representando 49,6% das violações nesse grupo. Alarmantemente, isso indica que, proporcionalmente, essas meninas são as principais vítimas desse tipo de violência no país, frequentemente perpetrada por pais e padrastos.
Dos 15 aos 69 anos, a violência física prevalece entre as mulheres, muitas vezes cometida por pais, padrastos, namorados ou maridos ao longo da vida adulta das vítimas. Na terceira idade, a partir dos 70 anos, a negligência volta a ser uma forma significativa de violência contra as mulheres.
O relatório destaca a complexidade e a gravidade dessas violências ao longo da vida das mulheres brasileiras, apontando para a necessidade urgente de políticas públicas e ações efetivas para proteger e apoiar as vítimas.
Esse panorama surge em um contexto de discussões intensas, como o Projeto de Lei 1904/24, conhecido como “PL do Aborto”, que recentemente gerou controvérsias e protestos em todo o país devido às suas implicações sobre o direito das mulheres em situações extremas como estupro.
O debate sobre essas questões permanece crucial para a proteção dos direitos das mulheres no Brasil.
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