Em sua apresentação como reforço do Corinthians, Giovanni Augusto poderá dizer que sempre sonhou com esse dia sem parecer falso. O meia, que ficou marcado por ter feito o primeiro gol oficial da Arena, em vitória por 1 a 0 do Figueirense sobre os donos da casa, externava com frequência o desejo de defender o clube do Parque São Jorge. Ao se despedir do Atlético-MG, Giovanni Augusto voltou a repetir o discurso. "Quando fiz o gol no Corinthians, na arena, falei que queria jogar lá. É um dos maiores clubes do Brasil, senão o maior. Todo jogador pensa em vestir a camisa do Corinthians. Fico muito feliz de realizar essa vontade que tive no passado", comentou o armador, que já se apresentou ao técnico Tite e treina normalmente no CT Joaquim Grava. Ser carrasco do Corinthians também foi um sonho realizado por Giovanni Augusto. Após o histórico 18 de maio de 2014, dia em que recebeu a bola do lado direito da área corintiana e chutou rasteiro e cruzado para inaugurar a rede de Itaquera, o meia revelou que havia pensado no lance enquanto dormia. "Até comentei com a minha esposa e com alguns amigos que me sentia muito confiante. Era um desejo que estava dentro do meu coração. Acreditava muito que aconteceria. E deu certo", contou, na época. "Por tudo o que o Corinthians representa, pela torcida maravilhosa que tem, pelo respeito que inspira... É o sonho de qualquer jogador passar pelo Corinthians e, quem sabe, fazer história nesse clube. Ficaria muito feliz se um dia isso acontecesse comigo. Realizaria um grande sonho. Tenho muitos familiares e amigos corintianos", chegou a dizer, quase dois anos antes de se transferir para o futebol paulista. O Atlético-MG era o caminho natural de Giovanni Augusto naqueles tempos de Figueirense. O meia, que é fã de Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Zidane, havia sido revelado pelo clube mineiro em 2010, pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, de quem não recebeu muitas oportunidades entre os profissionais. Acabou emprestado ao Náutico e retornou a Belo Horizonte após ficar sem receber salários. Sem se firmar, rodou por Grêmio Barueri, Criciúma e ABC antes de se destacar em Florianópolis. "Quando voltei para o Atlético com o Dorival Júnior, joguei as finais do Campeonato Mineiro e o início do Brasileiro, mas perdi o foco. Assumo que me empolguei com algumas facilidades que o futebol traz", afirmava o atleta, que citou novamente os problemas particulares, na semana passada, para justificar a vontade de se afastar de Minas Gerais. "Não só eu, mas a maioria dos jogadores perde o foco muito rapidamente. Isso já me prejudicou muito no passado. As coisas não se resolveram neste ano, então estava correndo o risco de acontecer outra vez. Estava pesando bastante". Longe de Belo Horizonte, Giovanni Augusto ao menos alegrará quem sempre o quis ver no Corinthians. "Tenho muitos amigos corintianos. Eles brincam que seria mais fácil se eu jogasse a favor do Corinthians, que ficaria mais bonito. Mas, enquanto isso não acontece, vou ter que fazer gols contra o Corinthians mesmo. Quem sabe assim não consigo chamar a atenção para marcar a favor no futuro", dizia Giovanni Augusto, meses antes de conseguir o que queria desde os tempos de carrasco.
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