A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) avançou no Brasil nos últimos anos e, em 2023, chegou ao pior resultado na série histórica do inquérito telefônico Vigitel, realizado pelo Ministério da Saúde nas capitais dos estados e no Distrito Federal. Neste 26 de abril, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, o Instituto Nacional de Cardiologia (INC) reforça o alerta para a necessidade de diagnóstico e controle da doença.
Estudo elaborado pelo médico Arn Migowski em conjunto com Gustavo Tavares Lameiro da Costa, ambos pesquisadores do INC, mostra, com base em dados do Vigitel, que 27,9% dos brasileiros e brasileiras tinham diagnóstico confirmado de HAS em 2023. É o maior número da série histórica do levantamento, iniciada em 2006. Segundo Migowski, os resultados são preocupantes, pois a hipertensão arterial aumenta o risco de diversas doenças, como infarto (ataque cardíaco), acidente vascular cerebral (AVC), doença renal crônica, entre outras.
O levantamento apontou que a doença é mais comum entre as mulheres que entre os homens (29,3% contra 26,4%, respectivamente), embora essa diferença venha caindo desde 2020. “Em 2023, no subgrupo entrevistado por celular, pela primeira vez na história do Vigitel, a prevalência de HAS foi maior em homens do que em mulheres, mas apenas no subgrupo entrevistado por celular”, afirma Migowski.
Quanto mais baixo o nível de escolaridade, também é mais comum o diagnóstico, que chega a 45,3% das pessoas com até oito anos totais de escola formal.
O Sudeste, com 29,3% da população com diagnóstico médico de hipertensão arterial, lidera entre as regiões do país. A capital com maior índice é o Rio de Janeiro: 34,4%, que esteve em primeiro lugar em 70,6% dos anos estudados. Na outra ponta, com menos diagnósticos, estão a região Norte (21,4%) e a capital maranhense, São Luís (19,2%).
Pessoas com idade a partir dos 60 anos estão mais propensas a apresentar a doença, o que ficou confirmado em todas as edições do inquérito. Contudo, 2023 foi o ano com maior prevalência de hipertensão arterial de toda a série histórica na faixa etária mais jovem do estudo (18 a 24 anos).
Em 2023, aliás, o Vigitel realizou ligações para números de telefones celulares (até a edição anterior, eram feitas entrevistas apenas para telefones fixos). Segundo Migowski, se não tivesse havido essa alteração, os números seriam ainda piores, já que a maior parte dos telefones fixos estão em casas de pessoas mais velhas.
Foi identificada, ainda, maior prevalência entre as pessoas autodeclaradas pretas (29,7%). Em seguida vieram as de cor amarela (28,7%), parda (28,1%), branca (26,4%) e indígena (19,3%) no ano de 2023.
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