Ele tem 100 anos. Ela, 57. Os dois estão juntos há 18 anos e, agora, resolveram dar um passo adiante na relação: se casarem! A história de amor é de Osvaldo Pinto da Silva, conhecido como Paraná, e de Maria Nilza Rodrigues do Santos, que vivem na Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), em Betim, na região Metropolitana de Belo Horizonte.
O pedido de casamento aconteceu no final do ano passado, no centésimo aniversário do idoso. “O Paraná está aqui há mais de 40 anos e a Nilza há 27. Ele, por conta da hanseníase, e ela, por sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC). Em 2006, eles começaram a conviver, após a inauguração do prédio da Unidade de Cuidados ao Adulto (UCA), onde vivem atualmente. Já há alguns anos observamos eles sempre próximos, juntos na hora da refeição, nas oficinas terapêuticas, ele buscando água para ela, oferecendo lanche. Perguntei à Maria Nilza se ela estava confortável com as manifestações de carinho por parte dele e ela respondeu que sim, tratando tudo de forma muito natural”, explicou a psicóloga da CSSI, Débora Gabriele Tolentino Alves, que acompanha os dois pacientes.
Antes da comemoração do aniversário, Osvaldo procurou a equipe de cuidadores e contou sobre os planos do enlace. Ele chegou a pedir uma das funcionárias para comprar as alianças. “Ela já tinha aceitado (o pedido). Em respeito ao desejo dos dois, ao que estavam manifestando naquele momento, providenciamos tudo para que, durante o aniversário, ele pudesse fazer esse pedido. Foi emocionante e eles ficaram muito agradecidos”, conta Débora.
Depois de oficializarem a relação, os dois pretendem ir morar juntos em uma casa em Juatuba e contratar uma pessoa para cuidar deles. Mas, para que a união aconteça, primeiro, o noivo precisa atender a uma exigência da amada: se converter à religião evangélica.
“Só depois que ele batizar vamos casar. Ele sempre falava comigo que eu sou muito bonita. Por que você quis ficar noivo? Você gosta de mim?”, indagou Nilza. “Eu gosto de você. Desde a primeira vez eu gostei dela. Ela é bonita. Quando o café chega, a gente fica junto. Eu só fico perto dela. Temos que comprar casa e mobília primeiro”, respondeu Osvaldo.
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