Um pintor brasileiro que mora nos Estados Unidos diz ter sido vítima de um “golpe do amor” por parte de uma mulher natural de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Segundo ele, a autora fingia ser duas pessoas e extorquiu mais de R$ 1 milhão dele.
A vítima conta que conheceu a mulher em março de 2021 pelas redes sociais e que ela se aproveitou “do envolvimento emocional entre eles para convencê-lo a lhe enviar vultuosa quantia em dinheiro”.
Em processo judicial, o homem narra que a mulher enviou fotos que não são compatíveis com a verdadeira identidade dela. Ele conta ter feito vários empréstimos para a autora, pois acreditava que ela tinha uma herança de R$ 300 milhões a ser recebida e que, em breve, ela devolveria os valores emprestados por ele.
Na ação, ele conta que a autora “utilizava-se de argumentos falaciosos para convencê-lo a lhe enviar dinheiro, entre elas, o falecimento dos pais, o custeio com velório de avó, problemas de saúde da mãe e despesas com pagamentos para cuidadoras.
Segundo ele, outros criminosos se passavam por familiares e profissionais, como advogado, médico, enfermeiro ou representante de vendas, utilizando-se de diversos números de telefone para contatá-lo.
“Um suposto advogado, que se apresentava como Dr. Rodrigo, o qual era responsável pelo suposto processo de inventário da herança do valor acima mencionado, bem como afirma que também foram realizadas diversas transferências bancárias em seu favor”, diz um trecho do processo.
Em maio de 2023, ao questionar a mulher, esta acabou confessando que não existia nenhuma herança e que o Dr. Rodrigo, na realidade, nunca existiu, e que era ela quem se passava pelo suposto advogado, momento em que notou ter sido vítima de um golpe.
Nessa terça-feira (19), o juiz Fábio Gameiro Vivancos, da 1ª Vara Cível da Comarca de Uberaba, determinou quebra de sigilo bancária da autora e dos demais membros da suposta quadrilha.
O magistrado também solicitou o bloqueio de contas, apreensão de equipamentos em um açougue gourmet da cidade mineira, que teria sido mantido com o dinheiro da vítima.
Além disso, a Justiça enviou um ofício a diversas empresas “a fim de verificar se há cartões de terceiros sendo utilizados pela requerida, cadastrados nas plataformas, como forma de ocultar patrimônio ou utilização de possíveis ‘Laranjas’”.
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