A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) conseguiu identificar três armas de fogo usadas em homicídios na região de Paracatu, no Noroeste de Minas. O armamento foi encontrado no Estado de Goiás após uma operação das forças de segurança, que terminou com a morte de três suspeitos. A identificação do armamento foi feita através do Banco Nacional de Perfil Balístico (BNPB). Esse é o primeiro match - correlação - nacional de perfil balístico em Minas Gerais, conforme divulgou a PCMG nesta sexta-feira (15 de dezembro).
Conforme investigações, os homicídios na cidade mineira foram cometidos entre agosto e setembro deste ano por três integrantes de uma organização criminosa conhecida nacionalmente. Na ocasião, quatro homens foram mortos, outros dois ficaram feridos e uma mulher também sobreviveu aos atentados. Em um dos casos, um homem chegou a ser atingido por quatro dos 65 tiros disparados pelos criminosos.
O trio foi identificado e uma operação conjunta foi montada em 22 de setembro para prender os suspeitos, que eram monitorados. Contudo, o trio reagiu à abordagem policial e morreu durante o confronto. Na ocasião, as armas foram apreendidas pela polícia.“Os indivíduos, naturais de Goiás e Minas Gerais, tinham extensa ficha de registros criminais. Um deles, inclusive, foi resgatado de uma unidade de recuperação e reintegração social de condenados, no ano passado, enquanto cumpria pena por outro homicídio”, revela o delegado regional em Paracatu, Gustavo Henrique Ferraz Silva Lopes, que acompanhou as investigações e esteve presente durante a operação.
Após a apreensão das armas, um trabalho conjunto da PCMG com a Polícia Técnico-Científica de Goiás concluiu que três armas de fogo apreendidas naquele estado foram as mesmas utilizadas em três ocorrências de homicídios na região de Paracatu, no Noroeste de Minas. O êxito dos trabalhos periciais foi possível graças à implementação do Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab) em Minas Gerais, bem como nos demais estados da federação, a partir da criação do Banco Nacional de Perfil Balístico (BNPB), institucionalizado em 2021.
O chefe da Seção Técnica de Balística e Identificação de Armas e Munições (STBIAM), do Instituto de Criminalística, perito criminal Fabiano Marques da Silva Santos, explica que o BNPB começou a ser alimentado pela PCMG em janeiro deste ano e, desde então, já contribuiu com cerca de 80 correlações entre ocorrências policiais no âmbito estadual. “Em menos de um ano, conseguimos juntar provas materiais de suma importância no sucesso investigativo e, agora, colhemos também o fruto desse trabalho com o nosso primeiro match nacional”, comemora.
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