O verão está chegando e, com ele, ondas de calor se espalham pelo Brasil de forma intensa. E se para nós, humanos, já é difícil lidar com as altas temperaturas, os cuidados com nossos pets demandam atenção ainda maior nos dias mais quentes.
Isto porque animais de estimação, como cães e gatos, não transpiram como os humanos, para a regulação da temperatura corporal. É por isso que eles ficam tão ofegantes e com a boca aberta, uma vez que esse processo se dá, principalmente, através da respiração. De acordo com Pillar Gomide do Valle, professora do curso de Medicina Veterinária do UniBH, apenas essa capacidade natural pode tornar-se insuficiente quando sobem os termômetros, exigindo outras maneiras de refrescar o nosso bichinho:
“A hipertermia ocorre quando a temperatura corporal do animal fica muito elevada. Isso pode ser causado por diferentes fatores, como exposição prolongada ao sol, exercício intenso ou até mesmo ambiente muito quente. É importante estar atento aos sinais de hipertermia, que incluem ofegância excessiva, salivação intensa, letargia, vômitos e até desmaios. Se você suspeitar que seu cão está com hipertermia, é recomendado resfriar o animal gradualmente com água fresca, oferecer água para beber e procurar um veterinário de confiança imediatamente”.
Mas vale ressaltar que a temperatura do nosso bichinho é, normalmente, mais alta do que a nossa: “Cães e gatos podem apresentar 38,5 e até 39 graus sem que isso represente febre ou hipertermia. Por isso, somente um profissional poderá avaliar a situação e oferecer o tratamento adequado para evitar complicações mais graves”, conta.
Importante em todas as épocas do ano, a hidratação deve ser ainda mais intensa durante o verão, podendo ser incorporada também de outras maneiras: frutas ricas em água, como a melancia, são uma boa opção. E falando em alimento, os cuidados com o que o animal come também são fundamentais. Por isso, deve-se fornecer uma ração com bons nutrientes, de preferência para consumo imediato:
“A exposição ao sol e ao calor - e até mesmo ao ar na temperatura ambiente - pode levar ao processo de oxidação dos nutrientes presentes no alimento, comprometendo sua qualidade e segurança. Quando os nutrientes são oxidados, ocorrem alterações químicas que podem resultar em danos à saúde do seu animal de estimação. Além disso, a exposição ao calor também favorece a proliferação de bactérias e outros microrganismos nocivos, que podem se desenvolver rapidamente nos alimentos e causar doenças gastrointestinais”.
Para evitar esses problemas, é fundamental armazenar corretamente o alimento: “Guarde-o em local fresco, seco, protegido da luz solar direta e em embalagens hermeticamente fechadas”, destaca.
Além de evitar deixar o alimento exposto ao sol e ao calor, é importante tomar outros cuidados especiais durante períodos quentes. Alguns animais, como os de focinho curto (Bulldogs e Pugs, por exemplo), idosos, com sobrepeso, ou com problemas cardíacos e respiratórios, são mais sensíveis e requerem uma atenção ainda maior nessas épocas do ano.
Para garantir o conforto e a saúde desses animais, é essencial manter um ambiente fresco e arejado para eles. “Certifique-se de que eles tenham acesso a áreas sombreadas, com boa ventilação e água fresca sempre disponível. Alguns animais podem se beneficiar com o uso de protetores solares específicos para pets, é interessante recorrer ao veterinário para orientações sobre o uso desses produtos”, informa.
Um outro alerta para essa época do ano tem a ver com os passeios: em dias mais quentes, eles devem ser feitos em períodos mais frescos do dia, como no início da manhã e final da tarde. Ainda nesses horários, é importante observar locais que possuam mais sombra e escolhê-los. As patas dos pets são altamente sensíveis e podem esquentar rapidamente em contato com pisos de concreto e asfalto – o que pode causar ferimentos, lesões e dor.
Outros sinais de superaquecimento do animal têm a ver com falta de apetite, fraqueza e desorientação: “Se você perceber esses sinais, leve o animal para um local fresco imediatamente e molhe-o com água fresca ou envolva-o em toalhas molhadas para ajudar a baixar a temperatura corporal”. Por fim, a professora deixa um alerta para os pais de pet que querem que seu bichinho viva saudável por muito tempo: “Em resumo, é essencial adotar medidas preventivas para proteger os pets do calor, especialmente aqueles pertencentes a grupos mais sensíveis. Ao cuidar corretamente do seu pet no calor, você estará garantindo seu bem-estar e qualidade de vida”, conclui.
Mín. 20° Máx. 30°