Um homem trans foi encontrado morto na garagem de uma casa no bairro Novo Tempo, em Timóteo, na região do Vale do Aço (MG), nessa quarta-feira (1°). Segundo a Polícia Militar, a vítima, conhecida como Rafael, de 23 anos, estava sendo ameaçada por um vizinho. O suspeito foi preso.
O dono da casa disse que estava dormindo no quarto dos fundos e que não ouviu o crime. Ao acordar, ele teria aberto a porta para sair de casa e se deparado com o corpo de Rafael. Após a descoberta, ele acionou a polícia.
De acordo com o tenente Silvino, da Polícia Militar de Timóteo, Rafael vinha recebendo ameaças de Rodrigo da Silva Campos, de 36 anos, que morava no mesmo conjunto habitacional que ele. "Nas últimas semanas, os dois tiveram atritos. O autor começou a ameaçar Rafael e disse que iria mandar ele e a família embora do condomínio. Inclusive, Rafael chegou a se mudar de lá e foi morar com a namorada em um outro lugar, mas no mesmo bairro. Hoje, o autor conseguiu efetuar alguns disparos e a vítima pulou o muro de uma outra casa para tentar fugir", contou o militar.
Rafael foi morto com um tiro no peito. No local do crime, a polícia apreendeu as cápsulas do revólver usado no crime. A arma ainda não foi encontrada.
Em depoimento à PM, a namorada e a irmã de Rafael contaram que a desavença começou no último dia 12 de outubro. A irmã da vítima contou que algumas pessoas do prédio decidiram fazer uma festa de Dia das Crianças e que a mãe deles decidiu pintar a portaria para o evento. Como ela não terminou, Rodrigo teria ficado irritado. Ele ainda teria assediado a adolescente no mesmo dia, a chamando de "gostosa".
Após os relatos, a Polícia Militar foi até a casa do suspeito e o abordou. Ele negou a autoria e disse que na hora do crime estava em um motel na cidade de Timóteo e que tinha como provar sua inocência. A polícia foi até o estabelecimento, mas não conseguiu as imagens. Diante de provas que ele ameaçava Rafael e a família, os militares decidiram dar voz de prisão ao suspeito.
Em entrevista à reportagem, Rodrigo negou a participação no crime e disse que apenas discutiu com Rafael. "A gente só chegou a discutir mesmo, mas não teve nada. A gente só discutiu sobre a guarita dos prédios. Eles tinham jogado tinta e eu pedi para eles acabarem de pintar. Foi só isso mesmo", afirmou.
O suspeito ainda alegou que tem como provar a inocência. "Eu não tinha nada contra ele. Não sei que horas foi o crime, mas no lugar que eu estava tinha câmera. Tenho como provar. Eu só fiquei sabendo [da morte de Rafael] quando chegou a polícia falou", disse.
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