A motorista de aplicativo Sheila Angelis Almeida, de 36 anos, teria sido estrangulada e esfaqueada por um suposto passageiro em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais. O crime, conforme esclarecido pela Polícia Civil, aconteceu no dia 9 de setembro, data em que ela desapareceu. O corpo, que ao que tudo indica é dela, foi encontrado na zona rural de Marilândia, distrito de Itapecerica, em 27 de setembro. Um casal suspeito de participação no crime está preso no Rio de Janeiro.
A Polícia Civil aguarda a conclusão dos exames para confirmar que o corpo localizado é de Sheila, no entanto, as evidências indicam que se trata da vítima. A motorista desapareceu após uma viagem, que foi realizada fora do aplicativo de mobilidade. O delegado Wesley Castro explicou que o suspeito fez uma corrida mais cedo e nela “estudou” o perfil da vítima. “Durante o dia, ele idealizou como praticar o crime”, contou.
Já no começo da noite, o suspeito entrou em contato com Sheila solicitando a nova corrida. “Ele procurou um adolescente e pediu o telefone emprestado pois queria apagar qualquer registro”. Depois da viagem iniciada, a vítima foi levada até uma área de mata, conforme detalhou o delegado.
“As investigações mostram que esse homem colocou a faca no pescoço dela e determinou que ela descesse com o carro até a mata. Ela reagiu à abordagem, e ele tentou desmaiar a vítima com golpe de asfixia, mas não obteve êxito. Então, o investigado pegou telhas e bateu na cabeça dela. Ainda com bastante sangramento, ela reagiu”, contou o delegado.
O homem foi até o carro e pegou corda e faca. “Com a corda, ele a enforcou e aproveitando que estava desfalecida, amarrou os punhos e braços. Depois disso, colocou ela no porta-malas do carro e deu quatro facadas nas costas. O exame vai apontar qual foi a causa da morte”.
Depois do crime, o suspeito abandonou dois telefones da vítima. Com o auxílio da namorada, o homem viajou até o Rio de Janeiro usando o carro de Sheila estando com o corpo no porta-malas até determinado trecho. “A vítima possivelmente foi ocultada em Itapecerica. Logo após chegarem ao Rio, tentaram comprar cerveja em uma banca de jornal, mas não conseguiram”, explicou.
Para chegar até os suspeitos, a polícia localizou os locais de trabalho, pois eles moravam em uma “área de conflito”. “Se fossemos até lá poderia ter troca de tiros. A casa deles é próxima de uma escola, e havia grande risco de danos, que não era o nosso objetivo”.
A ideia da polícia era prendê-los durante esta semana, mas os agentes do Rio de Janeiro chegaram até eles no domingo (1º de outubro), após receberem denúncia anônima de maus-tratos a animais. No carro de Sheila, utilizado pelo casal, havia vários gatos presos, que eles levaram de Divinópolis. Depois disso, a Polícia Civil de MG foi até o Estado vizinho.
Os gatos, segundo o delegado, estão bem e recebem os cuidados de uma ONG. No carro, os investigadores localizaram grande quantidade de sangue abaixo do carpete do porta-malas.
“O homem confessou o crime e informou ter participado a mando de um terceiro. Isso poderia ser confirmado tecnicamente, mas o vazamento de uma informação está atrapalhando os trabalhos”, comentou.
O caso segue sendo investigado. Um dos próximos passos é a transferência dos suspeitos para Minas Gerais e a divulgação dos resultados dos exames. O corpo, que possivelmente é de Sheila, está no Instituto de Criminalística de Belo Horizonte.
Fonte: O Tempo
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