A Polícia Civil (PC) concluiu que houve homicídio culposo por parte dos pilotos no acidente aéreo que matou Marília Mendonça e outras quatro pessoas, em novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, região Leste de Minas. Segundo o delegado Sávio Assis Machado Moraes, a investigação apontou que a tripulação descumpriu a ordem de pouso determinada para o aeródromo. A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa da instituição para apresentar a conclusão do inquérito na manhã desta quarta-feira (4 de outubro).
"Apesar de as torres não constarem no Notam (sigla em inglês para Notice to Airman e que na prática é um documento que tem por finalidade divulgar, antecipadamente, toda informação aeronáutica) em duas cartas da aeronáutica havia a previsão dessas torres de transmissão, então houve uma falha na análise prospectiva da tripulação. E, a partir daí, saíram da área do aeródromo para uma área desconhecida. Descumpriram a ordem de pouso na velocidade da perna do vento. Acreditamos que houve uma tomada de decisão equivocada pois não tiveram ciência das cartas e acabaram colidindo com as torres", detalhou o delegado.
Após as investigações, a PC concluir por três homicídios culposos cometidos por parte do piloto e do copiloto, Geraldo Martins de Medeiros Júnior e Tarciso Pessoa Viana. As vítimas são a cantora Marília Mendonça, o produtor Henrique Ribeiro, e o tio e assessor da sertaneja Abicieli Silveira Dias Filho
"Houve imprudência da tripulação por ter alongado a perna de vento e ter saído da área de proteção do aeródromo. No retorno focaram no aeródromo e acabaram colidindo. A falha de negligência foi pela falha na análise do plano de voo porque tudo leva a crer que não tomaram ciência das cartas que previam as torres", explicou Moraes.
No entanto, diante da morte dos investigados no acidente, a Polícia Civil sugeriu a extinção da punibilidade dos tripulantes e, consequentemente, o arquivamento do inquérito. As investigações também descartaram dano ambiental causado pela queda do avião.
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