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Como a formação cidadã impulsiona o protagonismo dos jovens no lugar onde vivem

21/09/2023 às 16h39
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com Mira Comunicação
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A concentração de habitantes das cidades brasileiras vem crescendo com o passar das décadas. De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 61% da população do país vive em concentrações urbanas, representando um acréscimo de mais de 9 milhões de pessoas habitando essas áreas entre 2010 e 2022. Esse panorama de urbanização crescente traz questões importantes para o debate na sociedade, do qual os jovens também precisam fazer parte.

Moradia, saneamento, mobilidade e planejamento são alguns dos temas sobre os quais os estudantes precisam desenvolver pensamento crítico para se tornarem cidadãos conscientes e engajados a respeito dos espaços onde vivem. “Um jovem protagonista é aquele que, em vez de esperar que alguém tome uma atitude para resolver determinado problema, assume a responsabilidade”, explica Áquila Nogueira, gestor de projetos educacionais da BE? Educação.

Ao se deparar com uma praça poluída, por exemplo, um estudante protagonista não apenas se incomoda, mas intervém de forma ativa, seja dando visibilidade ao problema em suas redes sociais, seja procurando os responsáveis no poder público para cobrá-los de uma solução. Outra forma de se engajar, nesse caso, seria organizando um mutirão de limpeza com amigos e com moradores da região e, até mesmo, elaborando uma campanha de conscientização sobre o lixo, capaz de mobilizar mais pessoas.  

Nesse sentido, datas como o Dia da Juventude do Brasil, comemorado anualmente no dia 22 de setembro, são oportunidades para discutir a importância da participação dos jovens na sociedade e avaliar como anda o engajamento dessa parcela da população com as cidades onde moram.

Papel da escola na formação cidadã

O protagonismo juvenil não surge de repente: para que os jovens tenham acesso a uma formação cidadã, as escolas desempenham um papel fundamental. “Além de discussões sobre temas atuais em áreas como Linguagens e Ciências Humanas, as escolas também podem promover práticas pedagógicas mais participativas e colaborativas”, sugere Áquila Nogueira. “Assim, os estudantes vão se tornando mais responsáveis pela sua aprendizagem e adquirem maior autonomia em todas as aulas”, acrescenta o gestor.

Como exemplos de atividades participativas, Áquila cita os grêmios escolares e eleições de representantes de turma. Outras oportunidades para os estudantes criarem e apresentarem suas descobertas são feiras de ciências, feiras do livro, mostras culturais, e festivais de música e teatro.

Materiais didáticos de qualidade também são uma ferramenta de formação cidadã. Com o intuito de discutir com os jovens sua participação em um mundo cada vez mais urbanizado, a BE? Educação desenvolveu o Aprendendo a viver na cidade. O material adota a metodologia de ensino orientada para projetos e busca estimular a curiosidade e a autonomia dos estudantes.

Panorama da juventude brasileira

É comum ouvir que os jovens de hoje não são engajados, mas tal conclusão é equivocada. Diversos dados revelam uma disposição ativa de pessoas entre 15 e 29 anos em participar da construção de uma sociedade melhor a partir de atitudes e de ideias que mobilizam suas cidades. Afinal, muitas vezes são os jovens os mais impactados pelos problemas urbanos - de acordo com relatório da Rede Nossa São Paulo, quase 2/3 dos paulistanos gastam até 2 horas se deslocando pela cidade diariamente e essa parcela chega a 71% quando se considera os mais jovens.

Para além de sofrerem as consequências dos problemas de mobilidade urbana, os jovens vêm tomando atitudes que podem reduzir os efeitos desse cenário. Um levantamento do Detran de São Paulo revelou uma queda de 10,5% no número de pessoas de 18 a 30 anos que tiraram a carteira de habilitação (CNH) no estado entre 2015 e 2021: de 4,8 milhões em junho de 2015 para 4,3 milhões em junho de 2021.

Vale ressaltar que a pandemia impactou a relação dos jovens com a vida pública. Segundo dados da pesquisa Juventudes e a Pandemia - E Agora?, de 2022, 60% dos entrevistados passaram a verificar a veracidade das informações e notícias antes de compartilhar com outras pessoas. Além disso, 56% começaram a acompanhar notícias sobre temas que lhes afetam, 52% passaram a se atentar ao desenvolvimento e implementação de políticas públicas e 40% começaram a expor sua opinião sobre temas importantes para a sociedade.

Dia da Juventude no contexto nacional

“Datas comemorativas sempre são marcos para reforçar o valor do debate e do engajamento da sociedade nas mais diversas pautas”, afirma Áquila Nogueira. “O Dia da Juventude do Brasil nos leva a buscar dados, refletir, compartilhar práticas e experiências, ressaltando conquistas e desafios, o que traz luz para questões sobre os jovens brasileiros”, afirma.

“Além disso, esse tipo de data pode ajudar a pautar o calendário escolar, estimulando reflexões em sala de aula e oportunizando momentos específicos para retomada desses temas. Pensar em eventos e em atividades em que os estudantes possam compartilhar suas reflexões.

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