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Dia Nacional do Surdo: a importância da convivência entre estudantes surdos e ouvintes

Em 26 de setembro, é celebrado o Dia Nacional do Surdo

20/09/2023 às 17h04
Por: Redação Fonte: Mega Cidade com Mira Comunicação
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Na mesma sala de aula, alunos surdos e ouvintes aprendem juntos sobre os mesmos temas. Para auxiliar a comunicação, um intérprete de Libras e Língua Portuguesa está presente acompanhando todas as atividades em que há alunos surdos. É assim que o Colégio Rio Branco trabalha a inclusão da comunidade surda desde 2005. Neste dia 26 de setembro, em que se comemora o Dia Nacional do Surdo, vale ressaltar os benefícios da convivência entre alunos surdos e ouvintes nas escolas.

“Conviver, viver com o outro. Perceber que o outro difere do meu mundo. Ele pode ter outra cultura, outras necessidades, possuir sensibilidades, interesses e histórias distintas de vida. Esses são alguns dos benefícios da convivência entre alunos diferentes”, destaca Claudia Xavier, diretora da Unidade Granja Vianna do Colégio Rio Branco.

“Esse convívio é o prelúdio daquilo que vivenciarão futuramente na universidade, no mercado de trabalho e no mundo. Por isso, é tão importante que todos tenham a consciência de que, em uma sociedade heterogênea e multifacetada como a nossa, os princípios de respeito às diferenças precisam ser bem compreendidos e praticados”, acrescenta Claudia.

Há ainda a possibilidade do aprendizado de uma nova língua. Alunos ouvintes têm a oportunidade de aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras), oferecida por meio de cursos livres, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. E os surdos aprimoram a escrita em Língua Portuguesa que está na matriz curricular deles como segunda língua escrita.

Os desafios da comunidade surda

São inúmeros os desafios vivenciados pelos surdos no Brasil. Entre os maiores, podemos destacar o preconceito e a falta de acessibilidade no âmbito escolar e no mercado de trabalho.

“Nosso papel, enquanto sociedade, é colaborar para a desmistificação de pontos importantes, como os mitos de que surdo não fala, de que a Libras é composta por gestos universais e de que as pessoas surdas são incapazes de conquistar papéis de destaque na sociedade”, alerta Rubens Pessoa Gomes, intérprete de libras do Colégio. “Precisamos compartilhar verdades, como o fato de que a fala não está relacionada apenas àquilo que é produzido oralmente, que a Libras é uma língua e possui as suas próprias regras gramaticais, diferentes de outras línguas de sinais ao redor do mundo e que, em condições de equidade, os surdos podem alcançar os mesmos espaços que os ouvintes”, explica Rubens.

“Acessibilidade é um direito e não um favor. E os materiais audiovisuais necessitam da janela em Libras e da legenda em Língua Portuguesa. Essas são bandeiras que precisamos levantar”, complementa o intérprete.

Educação para surdos

A educação do aluno surdo ocorre, no Rio Branco, desde a Educação Infantil, no Centro de Educação para Surdos Rio Branco (CES), referência nacional e internacional em educação bilíngue para crianças surdas desde 1977, e atende alunos até o 5º ano das séries iniciais do Ensino Fundamental.

Depois disso, a partir do 6º ano dos anos finais do Ensino Fundamental, os surdos passam a frequentar as aulas regulares no Colégio Rio Branco, tendo um intérprete de Libras em todas as aulas para apoiar o aprendizado.

“Nesse modelo de escola, defendemos a ideia de equidade, possibilitando que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de crescimento e de desenvolvimento. A inclusão proporciona visibilidade aos alunos surdos, além de possibilitar que demonstrem as suas potencialidades”, explica Rubens.

Para Claudia Xavier, a escola tem um papel fundamental na construção de uma sociedade mais consciente e, principalmente, na formação de alunos preparados para construir essa sociedade.

“Devemos ser pontes e não muros. É na escola que as crianças têm o primeiro contato com os seus pares, vivenciando algo diferente da relação familiar a que estão habituadas. Nesse contexto, é fundamental que, desde muito pequenas, possam perceber que as diferenças existem mas que, em vez de nos separar, elas podem nos aproximar, possibilitando com que todos aprendamos juntos”, conclui a diretora. 

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