O Dia Mundial do Doador de Medula Óssea (World Marrow Donor Day (WMDD), celebrado anualmente no terceiro sábado de setembro, tem como objetivo a conscientização sobre a doação de medula óssea.
A data foi criada em 2015 pela Associação Mundial de Doadores de Medula (World Marrow Donor Association (WMDA), organização global de registros de doadores de medula, células-tronco do sangue e sangue do cordão umbilical.
Qualificado nessa associação, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea - Redome é um dos maiores bancos mundiais, contando com mais de 5,6 milhões de pessoas cadastradas. A instituição comemora 30 anos.
O Redome é um banco de registros coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer / Inca que reúne todos os dados dos voluntários à doação de medula óssea, como nome, endereço, resultados de exames e características genéticas.
Sempre que é necessário procurar um doador de medula óssea fora da família para um paciente que necessita do transplante, a solução é procurar um doador compatível no Redome.
Esse banco de registros atua articulado aos cadastros de todo o mundo, sendo que a busca por doadores para pacientes brasileiros é realizada simultaneamente no Brasil e no exterior.
A Hemominas, assim como todos os hemocentros públicos, é parceira do Redome no cadastramento dos candidatos à doação de medula óssea em Minas Gerais.
Nesse sentido, desde a criação do Redome, em 1993, cerca de 618 mil mineiros já se cadastraram nas unidades da fundação, sendo o segundo estado com maior número de cadastros no país. A meta anual, que é definida pelo Redome para cada estado, é de 15,7 mil cadastros.
Presente de vida
Cadastrada em 2013 no Hemocentro de Belo Horizonte (HBH), Mariana Corgosinho conta que a motivação foi uma amiga, diagnosticada com leucemia: “A compatibilidade com minha amiga não ocorreu, mas em 2022 fui contatada pelo Redome, que encontrara um receptor compatível – 100% de compatibilidade”, informa ela.
De acordo com Mariana, de janeiro a abril daquele ano foi “um mundaréu de exames”. Os procedimentos envolveram internação na Santa Casa quatro dias antes da ida ao HBH para inserir o cateter de acesso necessário à coleta da medula e retorno ao hospital para a retirada do mesmo.
“O processo todo foi muito tranquilo, graças à serenidade e segurança de todos os envolvidos. Fiquei internada na Santa Casa numa ala de transplantados, um ambiente muito bem preparado e acolhedor, e isso reforçou ainda mais a certeza de minha decisão em ser doadora. Após a retirada do cateter de acesso, saí imediatamente do hospital e até viajei no mesmo dia, sem qualquer problema”, assegura Mariana.
Ela deixa um recado: “quem puder, se cadastre como candidato à doação de medula. É um presente para o doador quando encontramos alguém compatível”.
Outro a se beneficiar com o transplante de medula é Arthur Oliveira Monte Silva, procedimento previsto para ocorrer daqui a um mês, na Santa Casa. Diagnosticado em 2012 com Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que se origina no sistema linfático e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo, ele fez o primeiro transplante autólogo de medula em 2015.
Em 2023, apareceram sintomas da síndrome mielodisplásica, que ocorre quando as células localizadas na medula óssea começam a apresentar problemas em sua produção e amadurecimento.
Dessa vez, a doadora é a irmã - Andreza Oliveira Monte Pizeta: “a compatibilidade é de 50%”, informa ela.
O procedimento no HBH visa avaliar a possibilidade de coletar a medula por aférese.
A fala do assessor Nivaldo Júnior, da Assessoria de Captação e Cadastro da Fundação Hemominas, destaca a importância do gesto.
“O cadastro como candidato à doação de medula óssea é um gesto de solidariedade dos mais nobres, pois o doador está se disponibilizando a ajudar muitas pessoas, sejam aparentadas ou desconhecidas. As doenças que têm como tratamento o transplante de medula óssea são graves e comprometem muito a vida dos acometidos. Por isso, reforçamos o convite às pessoas entre 18 e 35 anos com boa saúde que se cadastrem em nossas unidades da Hemominas. E quem já é cadastrado precisa manter os dados atualizados para que, em caso de compatibilidade, o Redome possa contatá-los o mais rapidamente possível”.
Cadastro
Em 2021 foi feita uma alteração no perfil dos futuros candidatos à doação de medula óssea. A partir de então, a idade limite para novos cadastrados passou a ser de 35 anos. Uma vez cadastrada, a pessoa integra o banco até completar 60 anos.
Qualquer pessoa que tenha boa saúde e não apresente doenças infecciosas ou hematológicas pode se cadastrar como doador voluntário de medula óssea.
Para isso, é necessário levar documento de identidade original, oficial e com foto. No momento do cadastro, o possível doador preenche uma ficha, na qual precisa informar dados pessoais, para que o Instituto Nacional do Câncer (INCA), responsável pelo Redome, possa localizá-lo no caso de compatibilidade com algum paciente.
Além da ficha, é retirada uma pequena quantidade de sangue - 5ml – necessária ao exame de histocompatibilidade (HLA).
O exame será responsável por identificar as características genéticas a serem cruzadas com as dos pacientes que aguardam por um transplante.
O hemocentro incluirá os dados do candidato à doação no Redome, e quando surgir compatibilidade do doador com algum dos pacientes, novos procedimentos vão garantir a efetivação da doação.
Atualização do cadastro
Tão importante quanto realizar o cadastro é lembrar de se manter os dados atualizados (endereço, telefone, e-mail).
A atualização de dados do candidato à doação de medula óssea no Redome pode ser feita diretamente pela pessoa cadastrada no site do Inca, no link http://www1.inca.gov.br/
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