Rapidez porque a fila de um supermercado não para. Isso Roninho driblava com facilidade em uma grande rede. Gás para correr nos gramados do Ideal, o Galo da Gamela, nas horas de “folga”. Com talento, jogo de cintura e determinação, o que faltava para um habilidoso jogador? Uma oportunidade. Surgiu. “O treinador do Ideal era o Nilton Santos, o Niltinho. Me disse que arrumariam um clube profissional porque eu tinha talento”, recorda Roninho.
A promessa virou realidade. O teste era no Coimbra, em Nova Lima. O técnico aprovou o jovem rapaz.”No primeiro treino o professor mandou o clube fazer meu contrato. Ali começava a minha carreira”. Pelas cores do Coimbra Esporte Clube, Roninho estreava no futebol profissional. Era o ano de 2010.
Drible até no fuso horário - Nem as sete horas a mais de diferença de fuso horário de Omã em relação ao Brasil (horário de Brasília) desanimam a puxada rotina do jogador brasileiro. O meia-atacante vingou. Como outros jogadores brasileiros que passam a ser conhecidos no exterior, Roninho não foge à regra. Depois de atuar pelo Coimbra de Nova Lima, foi para o América de Natal. De lá, arrumou as malas, pegou voo e, como ele mesmo diz, aceitou o desafio de ir para a Península Árabe.
A oferta de ir para o exterior foi do Saham Club, equipe de outro país, os Emirados Árabes Únidos. Hoje, aos 26 anos de idade, Roninho tem o orgulho de ter conquistado, recentemente, o título de campeão da Mazda Cup, uma das principais competições de Omã. O país árabe tem outros torneios de semelhante peso, como o Sultan Cup e o Omã Premier League.
Parece que já faz muito tempo, mas são apenas nove meses. Porém, tempo suficiente para demonstrar o talento do jogador brasileiro e abrir o mercado árabe para outros compatriotas. “Está sendo muito interessante é um mercado que vem crescendo bastante e eles adoram o jeito alegre dos jogadores brasileiros”, revela.
Se o começo foi um pouco difícil pelas diferenças culturais, agora Roninho garante que hoje está totalmente adaptado”, relembra. “O começo foi muito difícil até porque só tinha eu de brasileiro. A minha maior dificuldade foi com a comida, totalmente diferente da nossa, mas hoje estou totalmente adaptado à cultura do país”, garante o meia-atacante.
Sonhos? Futuro? Claro que sim! Na memória mais distante, o troféu “Cidade de Natal”, conquistado quando ainda defendia o América. Mais recentemente, o título de campeão da Mazda Cup pela equipe Al Nahda. Mas ainda tem mais. Essas conquistas foram importantes, mas não ao ponto de serem consideradas tão definitivas para Roninho, o garoto setelagoano que ganha os gramados de Omã, em pensar, cada vez mais, ser campeão no país dos sultões e, quem sabe daqui para frente, do futebol? Quem viver, vibrará. Promessa de quem foi eleito o melhor jogador da 21ª rodada da competição nacional.Olé!
Confira o gol marcado por Roninho na 21ª rodada:
Da Redação, por Caio Pacheco
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