Com a chegada do Dia Mundial da Conscientização do Parkinson é fundamental abordar sobre a importância do diagnóstico diferencial para um tratamento mais efetivo.
Muitas vezes, pacientes que apresentam sintomas como dificuldade de marcha, rigidez muscular e dores na coluna são encaminhados para tratamentos que visam cuidar apenas desses sinais, sem considerar outras possibilidades diagnósticas.
De acordo com Felipe Mendes, neurocirurgião especialista em procedimentos minimamente invasivos da coluna, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e chefe da neurocirurgia do Hospital Municipal de Sete Lagoas, é importante realizar uma avaliação global do paciente, considerando não apenas os sintomas apresentados, mas também a idade, histórico médico e possíveis alterações na coluna que podem ser consequência do próprio Parkinson.
“Pacientes com diagnóstico de doença de Parkinson sofrem com dores que são muito características da doença, sendo a dor nas costas uma queixa relativamente comum. Acredita-se que isso decorre da rigidez muscular, da postura alterada e da redução da mobilidade. Como o Parkinson afeta com maior frequência os idosos, é comum nessa faixa etária encontrar também outros problemas que podem causar dores na coluna vertebral. Dessa forma, uma avaliação bastante cuidadosa e criteriosa é imprescindível para chegar ao diagnóstico adequado. Muitos deles apresentam uma degeneração - um "desgaste" avançado da coluna - com aumento das articulações das vértebras e que, em associação à desidratação e migração posterior do disco intervertebral levam a uma doença conhecida como canal estreito, quadro que gera dor e causa dificuldade de marcha. Além disso, a osteoporose também é mais frequente em pacientes com Parkinson".
Os tratamentos, segundo o neurocirurgião, dependem da causa da dor, sendo baseados em atividades físicas, com foco em fortalecimento muscular, respeitando os limites de cada paciente, fisioterapia, medicamentos voltados para controle e redução de dor, bloqueios cirúrgicos e até mesmo aplicação de toxina botulínica.
“Fortalecer a musculatura extensora do indivíduo também é fundamental para ajudar a melhorar a postura e prevenir possíveis problemas na coluna do paciente com Parkinson.”
A conscientização sobre a doença, segundo o médico, pode ajudar no diagnóstico precoce da doença, levando a um tratamento mais efetivo e a uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
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