A delegação brasileira consagrou-se a grande campeã do Jogos Parapan-Americanos de Jovens 2017, realizado entre este mês em São Paulo. Com a participação de 174 paratletas, o Brasil conquistou 139 medalhas (66 de ouro, 41 de prata e 32 de bronze). Os 14 representantes de Minas Gerais competiram nas modalidades de atletismo, goalball, halterofilismo, natação, tênis de mesa e tênis em cadeiras de rodas.
As primeiras medalhas mineiras saíram com Marcel Cerrato e Camila Santos. Do atletismo, ele conquistou o ouro na prova do salto em altura T44, enquanto ela, do tênis de mesa, levou as de prata no individual e em equipes.
Um dos maiores destaques dos Jogos foi o uberlandense Mateus Silva, do halterofilismo. Ele levantou 185kg na classe unificada para bater o recorde pessoal e garantir a medalha de ouro. Em entrevista ao site oficial da competição, comemorou seu progresso.
“Eu estou muito orgulhoso desse resultado que eu fiz. Há quatro anos atrás no Parapan de Jovens da Argentina eu nem pensava fazer essa marca. Cheguei em São Paulo e isso demonstra que eu estou em plena evolução”, disse. Seu conterrâneo, Vinícius de Freitas, ficou com a de prata na categoria -72kg.
Modalidade que deu ao Brasil 61 medalhas, a natação também contou com boa participação dos mineiros. Do Praia Clube de Uberlândia, Emyly Silva e Laila Garcia subiram ao lugar mais alto do pódio, a primeira na prova de 50m livre S9 na classe senior S9, enquanto a segunda na de 100m peito SB7 na classe senior SB4-7. Do mesmo time, Lucas Fernandes ficou com a de prata no 100m peito SB7 – Júnior.
Fábio Bernardes e o catarinense Jucelino Torquato derrotaram a Colômbia e conquistaram a medalha de ouro no torneio de duplas do tênis em cadeira de rodas. Eles voltaram a se encontrar, mas como rivais no torneio simples onde o mineiro ficou com a medalha de prata.
Goleando o México por 10 a 0, a equipe feminina de goalball ficou no lugar mais alto do pódio com Letícia da Silva no time. O mesmo feito foi realizado pela equipe masculina, contando com a atuação do belo-horizontino Márcio Carvalho.
Em sua quarta edição, o Parapan-Americanos de Jovens reuniu mais de 800 atletas de 19 países para competir em 12 modalidades. Buenos Aires havia sediado o evento em 2013, onde recebeu mais de 600 competidores. No quadro de medalhas, a Colômbia ficou com o segundo lugar, seguida por Argentina e México.
“A magnitude desse evento tem reflexo potencial no fomento do paradesporto tanto no país como também no estado de Minas Gerais, proporcionando à sociedade de reconhecer as potencialidades do paradesporto”, afirma o titular da Coordenação de Paradesporto da Secretaria de Estado de Esportes (Seesp), Cláudio Coelho.
Incentivo ao paradesporto
Em janeiro deste ano, a Secretaria de Estado de Esportes (Seesp) passou a contar com a Coordenação de Paradesporto com o objetivo de identificar oportunidades, propor estratégias de ação, buscar parcerias e fomentar o desenvolvimento do esporte adaptado no estado.
Na mesma época, a Seesp recebeu dez entidades mineiras voltadas ao esporte paralímpico, que puderam conhecer outros mecanismos do Governo de Minas Gerais, a Lei Estadual de Incentivo ao Esporte e o ICMS Esportivo.
Dos atletas de Minas convocados para os Jogos, nove deles também competiram nas últimas edições dos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). “Analisamos de forma positiva a participação e os resultados obtidos pelos atletas e técnicos mineiros como um reflexo do ótimo trabalho que vem sendo construído no estado de Minas Gerais pelos profissionais e suas respectivas instituições esportivas. O principal exemplo de investimento do Estado no paradesporto, são Jogos Escolares de Minas Gerais, o qual tem sido apontado como o propulsor do esporte paralímpico. Apesar do número de participação ser significativo no ano de 2017, ainda não contempla o cenário ideal, pois acreditamos que temos um grande potencial a ser desenvolvido em todo estado”, aponta Cláudio.
O coordenador também afirma que estas competições reforçam as ações da Secretaria, mantendo as iniciativas de investimento e ampliando as perspectivas de atuação de paratletas em eventos futuros, acarretando na ampliação de participação nas Paralimpíadas Tóquio 2020.
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