O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) informou à equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o País tem hoje cerca de 11,6 milhões de cirurgias represadas pelos dois primeiros anos da pandemia.
“Tivemos 1,6 milhão de internações a menos vinculadas a cirurgias eletivas em 2020 e 2021 e cerca de 10 milhões de cirurgias ambulatoriais a menos. Isso significa que, para atendermos essa demanda reprimida, teríamos de fazer 75% a mais de cirurgias eletivas (hospitalares) em 2023 e 105% a mais de cirurgias ambulatoriais em relação à média histórica”, explica Nésio Fernandes, secretário da Saúde do Espírito Santo e presidente do Conass. De acordo com o gestor, o levantamento foi feito com base na análise do número de procedimentos que deveriam ter sido feitos no período, se a média histórica de atendimentos tivesse sido mantida.
O Conass também identificou que 1,3 milhão de exames diagnósticos deixaram de ser feitos no período, dos quais 1 milhão são mamografias. Os levantamentos foram apresentados ao grupo de transição da saúde em reunião na última segunda-feira. Diante do cenário, o conselho pediu aos representantes do governo eleito um financiamento adicional e emergencial de R$ 3 bilhões pelo Fundo de Ações Estratégicas e de Compensação (FAEC) para ampliar de forma rápida a oferta de cirurgias já no início do ano que vem. “Defendemos que esse valor seja repassado a Estados e municípios contratarem um número maior de procedimentos nas redes parceiras, filantrópicas, por exemplo. Hoje o setor filantrópico participa da oferta de 36% dos leitos SUS. Isso poderia ser maior”, afirma.
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