É possível reinventar-se aos 80 anos? Caso alguém ainda tenha dúvida, a resposta é sim. Todos os dias temos contato com histórias que provam que nunca é tarde para realizar um sonho. Agora é a vez de Yeda Rêgo de Oliveira mostrar que a inspiração para lançar o primeiro livro pode vir aos 84 anos.
Assim, a escritora octogenária faz sua estreia na literatura com a obra “Contos em artes e poesia", publicado pela editora Ramalhete, cujo lançamento aconteceu na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, espaço integrante do Circuito Liberdade. A entrada é franca.
Tudo começou em um ponto de ônibus no final de 2015. Yeda estava sentada junto com sua netinha quando uma senhora, Maria da Graça Rios, se aproximou e começou a conversar com elas. Conversa vai, conversa vem, a senhora contou que havia publicado um livro infantil. Yeda logo se interessou. Perguntou onde podia adquirir um exemplar.
A troca de figurinhas não se encerrou ali. As duas mulheres estavam esperando o mesmo ônibus e continuaram conversando sobre literatura dentro do coletivo até que uma delas se despediu. “Fico aqui”, disse Maria, sem saber que voltaria a se encontrar com Yeda em sua casa algumas semanas depois.
Quando foi à livraria comprar exemplares do livro de Maria, Yeda perguntou na loja como faria para conseguir um autógrafo. Deixou então seu telefone e, alguns dias depois, recebeu a ligação de Maria, que a convidou para um café da tarde em seu apartamento. Sem perder tempo, Yeda vasculhou seus escritos e levou à escritora um dos poemas que escrevera para um dos seus netos.
Maria gostou do que leu. Perguntou se ela havia escrito outras coisas e se Yeda tinha intenção de lançar um livro. Os olhos de Yeda brilharam, mas ela achava que já estava velha demais para escrever um livro, e nem sabia por onde começar. Maria disse que nunca é tarde para nada e passou a incentivar a escritora.
No livro, Yeda rememora as fases de sua vida e conta suas experiências por meio de poemas, teatro e uma prosa recheada de lirismo. A delicadeza, o amor ao trabalho e à família são temas recorrentes, que traduzem com sensibilidade o pensamento e a vida da autora.
“Estou muito feliz por lançar o livro. Minha mãe costumava dizer que para uma pessoa se sentir completa, ela deveria ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Hoje posso dizer que sou uma mulher realizada. Agradeço muito o incentivo da Maria, se não fosse por ela, pelo nosso encontro ao acaso, talvez não tivesse realizado o sonho de ser escritora”, conta Yeda.
(Agência Minas)
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