O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil completou 49 anos recentemente, tendo ao longo desta trajetória colaborado para a erradicação de diversas doenças no país, como a varíola humana ou a poliomielite.
O PNI é reconhecido internacionalmente, por entidades como a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que é vinculada à Organização Mundial de Saúde (OMS), como referência na proteção e combate a doenças.
No total, o Programa disponibiliza hoje cerca de 50 imunobiológicos e 20 vacinas, protegendo a população de todas as idades de diferentes doenças.
A importância das vacinas
As vacinas são a maneira mais eficaz de garantir não apenas que doenças erradicadas não voltem, mas também que aquelas que ainda persistem, que sejam menos graves e tenham reduzidos riscos de morte ou sequelas, explica o médico endocrinologista Dr. Daniel Lerario, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp).
“Até chegar aos postos de saúde, sejam públicos ou privados, as vacinas passam por um rigoroso processo de estudos e pesquisas, passando por diversos testes até ser validada e só então produzida e disponibilizada para a população.”
Ainda assim, há grupos em todo o mundo aderindo a um movimento conhecido como antivacina. Estas pessoas questionam a segurança das vacinas, temem seus efeitos colaterais ou até mesmo acreditam que não estão suscetíveis às doenças. Este comportamento tem causado a volta de doenças há muitos anos erradicadas, como é o caso do sarampo ou da poliomielite.
“Com os índices de vacinação em queda em diversos países e o fluxo de entrada e saída de pessoas destas localidades, tanto pelo turismo quanto pelos negócios, pouco a pouco o reaparecimento destas doenças vem sendo noticiado ao redor do mundo. Não é impossível que doenças já erradicadas no Brasil voltem a aparecer por aqui também”, alerta o Dr. Daniel.
No caso do sarampo, infelizmente isso já aconteceu. De 2020 até hoje, mais de 10 mil casos da doença já foram diagnosticados no país.
Jovens e Adultos
O calendário de vacinação não é voltado apenas para as crianças ou idosos. As diferentes imunizações disponíveis hoje no Brasil abrangem todas as faixas etárias, inclusive adolescentes e adultos de todas as idades, destaca o Dr. Daniel.
“Se esta parcela da população deixa de se vacinar, é possível que, no futuro, haja um deslocamento de faixa etária, levando doenças que antes ocorriam somente na infância, a ocorrerem também na fase adulta. Este fenômeno já pode ser observado, por exemplo, com a caxumba. Por isso, hoje a população até 29 anos tem sido orientada a tomar duas doses da vacina.”
Outra vacina voltada a uma população de faixa etária menos frequente é a do HPV (papilomavírus humano), indicada para meninas a partir de 9 anos e meninos a partir de 12 anos.
“É importante lembrar que a imunização dos adolescentes e adultos é também importante para a proteção do restante da população. Assim, além de manter o calendário vacinal das crianças e idosos em dia, é importante que todos aqueles que convivam com eles estejam também com a sua imunização completa.”
Vale destacar que, assim como toda a população, gestantes, lactantes e imunossuprimidos devem ter atenção redobrada com seus médicos sobre a necessidade e a indicação para receber qualquer tipo de vacina.
As vacinas para adolescentes e adultos*
• Febre amarela – 1 dose (recomendada para não vacinados ou para quem recebeu a vacina antes dos 5 anos de idade) • Hepatite A – 2 doses • Hepatite B – 3 doses • Herpes Zoster – 2 doses (a partir de 50 anos) – recomendada mesmo para quem já desenvolveu a doença • HPV quadrivalente – 3 doses (até 49 anos) – recomendada mesmo para quem já desenvolveu a doença • Influenza – dose anual • Meningocócica B (especialmente para viagens para a Europa) – 2 doses até 60 anos • Meningocócica ACWY – 2 doses (adolescentes) ou 1 dose (até 64 anos) • Pneumocócica – 3 doses (a partir de 50 anos) • Tríplice bacteriana acelular adulto – uma dose aos 14 anos e reforços a cada 10 anos • Tríplice viral – 2 doses, em caso de esquema incompleto (duas doses até 29 anos ou uma dose entre 30 e 59 anos) • Varicela – 2 doses (até 49 anos)
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