Um levantamento feito pelo Centro de Estudos SoU_Ciência, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), indicou que a vacina contra a Covid teve menor adesão entre os brasileiros mais ricos do que entre os mais pobres. De acordo com a pesquisa, 41% dos mais ricos não tomaram vacina ou receberam somente uma dose (cuja eficiência é remota, já que os fabricantes alertam que a imunização só é eficaz com o esquema vacinal completo).
Conforme os dados, 86% das pessoas com renda de até um salário mínimo receberam ao menos duas doses de vacina contra a Covid, enquanto entre as pessoas com renda superior a 6 salários mínimos (ou seja, acima de R$ 7.272), a taxa de adesão aos imunizantes foi de 59%.
Também não estão com o esquema vacinal completo 32% das pessoas com ensino superior, 29% dos brancos e 29% dos homens, de acordo com a pesquisa feita com 1.200 residentes em todas as regiões do Brasil.
Segundo a professora Soraya Smaili, uma das coordenadoras do Centro de Estudos, a pesquisa revelou que a adesão à máscara e às vacinas foi muito maior entre as pessoas com menor renda e menor nível de escolaridade. “De acordo com os dados, a porcentagem negacionista ou apenas displicente se concentrou na alta renda e nível superior de escolaridade. O corte ideológico, pró-Lula ou pró-Bolsonaro, é outro marcador relevante", afirmou.
Declararam ter tomado apenas uma ou nenhuma dose da vacina (ou seja, estão com esquema vacinal incompleto) 37% dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro, contra 10% dos eleitores do ex-presidente Lula.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, 84% da população brasileira recebeu ao menos uma dose de vacina, enquanto 79% está com esquema vacinal completo. Cerca de 47% da população foi imunizada com ao menos uma dose de reforço.
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