Pesquisadores da Fiocruz Bahia analisaram biomarcadores sanguíneos para entender as causas do agravamento da Covid-19 em pacientes com a pré-diabetes mellitus. Foi percebida uma associação entre os níveis da citocina interleucina-6 (IL-6) e o desenvolvimento de casos graves da doença. Também se constatou que os pacientes não apresentam grandes sequelas após três meses de recuperação. Liderado pelas pesquisadoras Natália Machado e Viviane Boaventura, o estudo foi publicado na revista Frontiers in Endocrinology.
A pesquisa comparou os biomarcadores sanguíneos de pacientes com pré-diabetes e pacientes sem pré-diabetes durante a fase mais grave da infecção e três meses após a hospitalização. Foi notado que pacientes pré-diabéticos necessitaram de maior tempo de hospitalização, com uma média de 15 dias comparada a média de 8 dias dos pacientes sem pré-diabetes. Indivíduos pré-diabéticos que requeriram cuidados intensivos chegaram a 78% dos casos, em comparação com 56% dos pacientes sem pré-diabetes que necessitaram dos mesmos cuidados. Além disso, pré-diabéticos também apresentaram maior grau de lesão pulmonar.
Foi encontrada uma relação entre esses casos mais graves e os níveis de IL-6. Esse fator, associado com a redução da oxigenação no sangue, achava-se elevado em 63% dos quadros de pré-diabetes, mas não haviam grandes alterações em outros biomarcadores, como o TNF – Alfa e o Leucotrieno B4. Através desta observação, os pesquisadores entenderam que altos níveis de IL-6 podem ser um fator relevante para o agravamento da Covid-19.
Também foi investigado os impactos da doença em pacientes pré-diabéticos após três meses. Através do exame do nível de qualidade de vida e de sintomas residuais, não foram constatadas diferenças significativas nos parâmetros laboratoriais no período de três meses após a fase aguda da doença, nem grandes mudanças nos sintomas residuais entre pacientes com e sem pré-diabetes.
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