A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, no início da noite desta segunda-feira (13), que recebeu a notificação do segundo caso suspeito da varíola dos macacos no Estado. A comunicação foi feita pela Prefeitura de Ituiutaba no domingo (12).
Segundo o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas), os casos não têm histórico de deslocamentos ou viagens para o exterior. Dentre os contatos próximos, ainda não há nenhum caso sintomático.
De acordo com a Prefeitura de Ituiutaba, o paciente do sexo masculino apresentou alguns dos sintomas da doença e buscou atendimento no último domingo (12).
Na Unidade de Pronto Atendimento Municipal de Ituiutaba (Upami) foram colhidos materiais biológicos, que foram enviados para a realização de exames específicos na Funed em Belo Horizonte. A previsão é que o resultado saia em quatro dias.
A Secretaria Municipal de Saúde disse ainda que o paciente tem bom estado de saúde e foi orientado ao isolamento domiciliar, sendo monitorado pelo Departamento de Vigilância em Saúde.
O primeiro caso suspeito de varíola dos macacos em Minas Gerais é investigado em Uberlândia e se refere a um policial penal que trabalhava no Presídio de Araguari.
O paciente de 41 anos estava internado no Uberlândia Medical Center (UMC) e a morte foi notificada no sábado (11) ao Estado. A causa do óbito ainda é investigada e pode ter sido agravada por outras doenças.
A confirmação de que a vítima era policial penal foi da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) à TV Integração.
"A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública informa que o policial penal citado na demanda não teve contato com os presos, uma vez que estava de férias".
Para o diagnóstico laboratorial, a SES-MG orientou aos municípios a coleta de amostras para análise pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Segundo informações das Prefeituras de Uberlândia e Ituiutaba, divulgadas pela secretaria, as amostras estão sendo encaminhadas ao laboratório.
Todos os dados clínicos também estão em análise pela equipe técnica da SES-MG e do Ministério da Saúde para investigação e encerramento dos casos.
A SES-MG, SRS Uberlândia, SRS de Ituiutaba e as secretarias municipais estão investigando os casos, monitorando os contatos próximos e fazendo as recomendações necessárias.
Até esta segunda-feira (13), três casos confirmados de varíola dos macacos no Brasil, sendo 2 em no estado de São Paulo e 1 no Rio Grande do Sul. O Rio de Janeiro investiga um possível caso em Macaé.
Apesar da preocupação global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) "ressalta que não houve mortes associadas à doença. Além disso, não recomendou vacinação em massa e diz que o atual surto pode ser controlado com vigilância e rastreamento de contatos".
A OMS disse que a varíola dos macacos traz um "risco moderado" para a saúde pública mundial depois que casos foram relatados em países onde a doença não é endêmica.
“O risco para a saúde pública pode se tornar alto se esse vírus se estabelecer como um patógeno humano e se espalhar para grupos mais propensos a risco de doenças graves, como crianças pequenas e pessoas imunossuprimidas”, afirmou a OMS.
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão.
"Depois do período de incubação [tempo entre a infecção e o início dos sintomas], o indivíduo começa com uma manifestação inespecífica, com sintomas que observamos em outras viroses: febre, mal-estar, cansaço, perda de apetite, prostração", explicou Giliane Trindade, virologista e pesquisadora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
"O que é um diferencial indicativo: o desenvolvimento de lesões – lesões na cavidade oral e na pele. Elas começam a se manifestar primeiro na face e vão se disseminando pro tronco, tórax, palma da mão, sola dos pés", completou Trindade, que é consultora do grupo criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para acompanhar os casos de varíola dos macacos.
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